Set 2024
19
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Decisão foi tomada em resposta à insuficiência de chuva

A decisão foi tomada após o Comitê Integrado de Comando e Controle (CICC) Estiagem – que reúne órgãos responsáveis pelas ações de mitigação dos impactos da estiagem que atinge o Espírito Santo – considerar o cenário de insuficiência de chuvas nos últimos meses, associada à previsão de estiagem continuada no curto prazo, em que aponta para um elevado risco de estresse hídrico e redução significativa da disponibilidade de água para diversos usos nos próximos meses.

Para além do quadro de não ocorrência de chuvas em volumes suficientes, da elevação da temperatura e da vazão dos principais rios do Estado, outros fatores hidrometeorológicos e a necessidade de recomendações para enfrentamento da seca foram utilizados para motivar a publicação da resolução do Estado de Alerta no Espírito Santo.

“Todo o Governo está trabalhando para reduzir os impactos da estiagem que afeta o Espírito Santo que também reflete nos focos de incêndio que estamos combatendo. São mais de cinco mil hectares queimados em todo o Estado. Contratamos um novo sistema de monitoramento de florestas que também faz indicativos de seca no solo. A resolução da Agerh também levou em consideração os relatórios da ANA [Agência Nacional de Águas], dos quais indicam que hoje 71 municípios do Espírito Santo vivem situação crítica de água. Por isso, a importância do uso racional dos recursos hídricos”, comentou o governador Renato Casagrande.

O estado de alerta conta com recomendações para algumas medidas restritivas nos diversos setores usuários da água, que ficam em vigor até a normalização da situação hídrica no estado. Os órgãos competentes fiscalizarão o cumprimento da normativa e das restrições de uso impostas, bem como, quando pertinente, aplicarão as penalidades administrativas previstas nas legislações específicas.

Na agricultura capixaba, os agricultores devem adotar práticas que promovam o uso racional da água na irrigação dos cultivos com o objetivo de reduzir o consumo. Assim, a irrigação deve ser realizada em horários de menor evaporação, como nas primeiras horas da manhã ou no final da tarde, otimizando a eficiência do uso da água e minimizando as perdas por evaporação.

Além disso, devem ser implementadas técnicas de irrigação eficientes, como o gotejamento, microaspersão e aspersão de baixa pressão. Sempre que possível, recomenda-se o monitoramento da umidade do solo para ajustar adequadamente o volume de água aplicado, evitando desperdícios.

Com exceção as captações em cursos de água superficiais destinadas à irrigação localizada de olericulturas, limitadas a uma área de dois hectares por propriedade; cultivos em estufas, com sistema de irrigação por microaspersão ou irrigação localizada; cultivo hidropônico; viveiros para produção de mudas.

Enio Bergoli, secretário de Agricultura do Espírito Santo, aponta que foram implementadas ações de restrições ao uso da água, sendo 20% para a agricultura, 25% para a indústria e agroindustria e 35% para outros usos que não sejam irrigação e uso na indústria. As diretrizes têm o objetivo de garantir o abastecimento doméstico, a dessedentação de animais e a manutenção da agricultura durante este período de seca.

“A previsão do tempo para os próximos quinze dias, segundo o Incaper, não traz boas notícias. A expectativa é de apenas 20 milímetros de chuva no litoral norte e 10 milímetros nas demais regiões. Além disso, a evapotranspiração será intensa, variando entre 40 e 70 milímetros, resultando em um balanço hídrico negativo e elevando o risco de queimadas e escassez de água para todos os usos”, destacou Bergoli.

O secretário ressaltou que as medidas atuais são semelhantes às implementadas no final do ano passado, quando o estado também enfrentava uma crise hídrica. Bergoli complementou: “Apesar das restrições, algumas exceções foram estabelecidas. Cultivos de olericultura (hortaliças) de até dois hectares não precisarão seguir a redução de 20%, desde que utilizem sistemas eficientes como microaspersão ou gotejamento. Além disso, cultivos em estufas, hidroponia e viveiros de mudas também estão isentos das restrições”, concluiu.

O secretário reforçou que instituições de crédito devem priorizar o financiamento de equipamentos que substituem sistemas antigos que consomem mais água, e que novas irrigações não serão financiadas até que a crise seja superada.

“Estamos contando com a compreensão dos produtores rurais para atravessar este período”, afirmou Bergoli, acrescentando que a expectativa é de que até o final de outubro haja um fluxo de chuvas regular, permitindo o retorno à normalidade na irrigação, essencial para a atividade agrícola.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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