Espírito Santo entra em estado de alerta por escassez de água; entenda as mudanças na agricultura
A economia do Espírito Santo segue em trajetória de crescimento, com previsão de encerrar 2024 em alta. O primeiro semestre foi marcado por um mercado de trabalho aquecido, queda no desemprego, bienalidade positiva da lavoura do café, inflação abaixo da média nacional, e aumento na corrente de comércio com o exterior. Em meio a esse cenário positivo, a atividade econômica capixaba registrou alta de 3,9% nos primeiros seis meses do ano, comparado ao mesmo período de 2023, conforme o Indicador de Atividade Econômica (IAE-Findes). Esse desempenho foi impulsionado principalmente pela agropecuária, que cresceu 8,9%, seguida pela indústria (3,9%) e pelos serviços, que incluem comércio e transportes (3,1%).
A agropecuária apresentou a maior taxa de crescimento entre os setores econômicos do estado, avançando 8,9% no primeiro semestre de 2024. Tanto a agricultura (9,9%) quanto a pecuária (6,8%) contribuíram para esse resultado expressivo, superando o desempenho do setor agrícola em nível nacional, que recuou 2,9%. O setor agropecuário, que representa 3,8% da estrutura econômica capixaba, foi responsável por adicionar 0,6 ponto percentual ao crescimento total de 3,9% da economia do estado.
A agricultura avançou 9,9% em relação a 2023 e representa 78% do setor da agropecuária do estado. Entre os principais produtos agrícolas que alavancaram o crescimento, destacam-se o café (arábica e conilon), a cana-de-açúcar, a banana, o coco-da-baía e o tomate.
Segundo a Findes, a produção de café, a principal commodity agrícola do Espírito Santo, foi favorecida por um manejo eficiente, condições climáticas favoráveis e a bienalidade positiva.
“Estes fatores favoreceram o aumento da produtividade média do café e alta da produção. Destaca-se, a resiliência do setor ante às adversidades climáticas e conjunturais, tais como os efeitos do fenômeno climático de El Niño, a escassez de mão de obra e os altos custos ocorridos ao longo do ano”, destacou em nota.
Na pecuária, que responde por 22% do setor agropecuário, houve crescimento de 6,8% no semestre, o que contribuiu com 1,4 ponto percentual para o desempenho geral. Esse crescimento foi impulsionado pela maior produção de suínos, leite, aves e ovos, embora a produção de bovinos tenha apresentado queda.
“Após as perdas ocorridas desde 2020 e os longos períodos de estiagem, determinados fatores influenciaram positivamente a ampliação da produção pecuária em 2024, tais como: o maior volume de animais disponíveis, as capacitações técnicas voltadas para as práticas de manejo e a adoção de novas tecnologias agrícolas (produção de silagem, cultivares mais produtivas, manejo adequado das forragens)”.
Ainda assim, pecuaristas enfrentaram desafios, como os baixos preços pagos aos produtores, a escassez de mão de obra e os elevados custos de produção, o que comprometeu a lucratividade do setor.
Brasil | No âmbito nacional, a agropecuária recuou 2,9% no primeiro semestre de 2024, impactada principalmente pelas quedas nas safras de soja e milho, que são culturas de grande relevância no período. Em contrapartida, a pecuária nacional apresentou resultados positivos, o que ajudou a mitigar a retração mais acentuada do setor.
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