Set 2024
21
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Produção brasileira de café é estimada em 54,79 milhões de sacas

No Brasil, a atual safra de café começou com uma expectativa de crescimento, com base na situação das lavouras e no ciclo de alta da bienalidade. No entanto, condições climáticas adversas, como estiagens, chuvas mal distribuídas e altas temperaturas durante o desenvolvimento dos frutos, reduziram as produtividades inicialmente previstas. Dessa forma, a produtividade média nacional de café está estimada em 28,8 sacas por hectare, 1,9% abaixo do resultado da safra de 2023.

Para o café arábica, a estimativa é de uma produção de 39,59 milhões de sacas, o que representa um crescimento de 1,7% em relação à safra anterior. Já para o conilon, espera-se uma queda de 6%, com produção estimada em 15,2 milhões de sacas.

No Espírito Santo, principal produtor de conilon do Brasil, a safra está projetada em cerca de 9,97 milhões de sacas, uma redução de 1,9%. Em Rondônia e na região do Atlântico Baiano, a colheita deve apresentar quedas expressivas de 16,4% e 13,3%, respectivamente. Na Bahia, essa diminuição é explicada principalmente pela menor produtividade registrada, enquanto em Rondônia, a redução é resultado de uma menor área cultivada, reflexo de ajustes feitos a partir de novas informações mais precisas, obtidas com um projeto de mapeamento em andamento.

Ainda no Espírito Santo, a área de produção de café (tanto conilon quanto arábica) foi de 391,35 mil hectares, representando uma leve redução de 0,4%. No entanto, a produtividade de sacas por hectare superou a média nacional, alcançando 35,8%, um aumento de 7,9% em relação à safra anterior. A produção total também cresceu 7,6%, atingindo 13,9 milhões de sacas.

A Conab estimou que a colheita de conilon no Espírito Santo teve um aumento na participação de práticas mecanizadas e semimecanizadas, devido, entre outros fatores, à dificuldade de contratação de mão de obra, especialmente nos períodos de pico das atividades. Inicialmente, o ciclo produtivo apresentou um bom potencial, o que gerou estimativas otimistas quanto ao rendimento da cultura. A florada que deu origem à colheita foi uniforme e levemente adiantada, ocorrendo em agosto de 2023, quando o esperado seria em setembro.

“Tal condição reflete às chuvas abundantes na região a partir de outubro de 2022, a intensificação dos tratos culturais incentivados pela queda do preço dos insumos, a baixa carga de 2023 e, principalmente, a alta capacidade do conilon de se recuperar, pois quando as chuvas ocorreram em agosto, as plantas estavam prontas para emitir flores. Vale destaque também para a maior utilização de fertilizantes e defensivos por parte dos produtores, atrelado à baixa dos preços desses insumos em comparação ao ciclo passado, contribuiu para que a planta recuperasse parte do seu potencial vegetativo para o início da fase reprodutiva, que se deu a partir da floração, a partir de agosto de 2023”.

No entanto, as condições climáticas entre outubro e dezembro de 2023, especialmente as ondas de calor intensas, reduziram esse potencial. O calor excessivo causou danos às plantas, como escaldadura foliar, abortamento de flores e frutos malformados, comprometendo o rendimento dos grãos. Esse cenário foi confirmado com o avanço da colheita, gerando uma produtividade média inferior às estimativas anteriores e à safra de 2023.

Outro fator impactado foi a qualidade dos grãos, que estão menores. Isso obrigou o uso de peneiras especiais para evitar que os grãos pequenos fossem processados junto com as cascas. Esse aspecto também afeta a produtividade geral, já que é necessário um maior número de grãos para formar os sacos de café beneficiado.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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