Set 2024
27
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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ES já deixou de embarcar 1 milhão de sacas de café conilon

Com a queda na produção de café conilon em países como Indonésia e Vietnã, a demanda pelo café brasileiro aumentou no mercado internacional. O Espírito Santo, suprindo essa demanda, vem batendo recordes de exportação devido à qualidade e capacidade de atender às exigências globais.

De janeiro a agosto deste ano, já foram exportadas 5,5 milhões de sacas de café, sendo 4,84 milhões de conilon, um recorde histórico.

Apesar desse desempenho, os exportadores enfrentam dificuldades para escoar a produção devido aos problemas nos portos capixabas. Em julho, o CCCV e o Centrorochas enviaram uma carta aberta às autoridades públicas pedindo a solução para os gargalos logísticos no estado.

Até agora, cerca de 1 milhão de sacas de café produzidas no Espírito Santo foram exportadas por outros portos, especialmente no Rio de Janeiro, e esse número pode crescer até o final do ano.

Pedro Guimarães, Head de Vendas da Louis Dreyfus Company, destacou durante o evento a necessidade de melhores acordos comerciais brasileiros. “O Brasil precisa melhorar suas negociações comerciais para ser mais competitivo globalmente. A indústria enfrenta desafios há cinco décadas, mas continuamos crescendo devido à nossa eficiência e reputação. Um problema imediato, que talvez só veja melhora no médio prazo, é a logística. Apesar de fazermos o nosso trabalho internamente, com produção e entrega pontuais, nossa carga fica parada no porto. Isso impacta negativamente as operações, atrasando investimentos e a entrada de divisas.”

Investimentos e desafios no setor de café solúvel no ES

No segundo semestre de 2021, a Café Cacique inaugurou uma nova unidade fabril em Linhares, com um investimento de US$ 60 milhões. A empresa, fundada no Paraná, é uma das maiores produtoras de café solúvel do mundo. Em sua planta no Espírito Santo, que ocupa uma área de 500 mil metros quadrados, são produzidas 12 mil toneladas de café solúvel por ano.

Além da Louis Dreyfus Company, participaram do painel representantes das empresas Realcafé e OFI (antiga Olam). O Espírito Santo concentra a produção de café solúvel, com a Realcafé, em Viana, sendo a primeira fábrica instalada no estado. Com a chegada das novas fábricas em Linhares, a expectativa é que o estado se torne o maior polo exportador de café solúvel do mundo.

A OFI está em fase inicial em Linhares e investiu R$ 1 bilhão na construção de sua fábrica, que ocupa uma área de 300 mil metros quadrados. A meta da empresa é adquirir aproximadamente 600 mil sacas de café em grão por ano de produtores locais.

Perspectivas para o conilon e medidas para reduzir gargalos

O vice-presidente do CCCV, Jorge Nicchio, comentou que, apesar dos gargalos logísticos, o estado deve seguir com volumes fortes de exportação de conilon, podendo chegar a 7 milhões de sacas até o final do ano. “Muitos cafés estão sendo embarcados por outros portos, principalmente no Rio de Janeiro, devido à falta de contêineres e ao cancelamento de linhas no Espírito Santo. Isso afeta nossa imagem no exterior, mas estamos trabalhando para solucionar esses problemas e garantir que os embarques sejam realizados.”

Gustavo Serrão, presidente da Vports, destacou durante o evento os investimentos realizados nos últimos dois anos para modernizar o Porto de Vitória. Somente no primeiro semestre deste ano, foram exportadas 4,7 milhões de toneladas de produtos, incluindo granéis sólidos, carga geral e contêineres. Para o setor cafeeiro, algumas medidas já foram tomadas, como a recuperação de silos horizontais e a obtenção de uma licença especial junto ao Iema para operar café via break bulk, utilizando bags dentro dos navios, uma alternativa à escassez de contêineres no mercado global.

“A alternativa de ‘break bulk’ já é uma realidade no Porto de Vitória. Em breve, teremos operadores utilizando a capacidade instalada que construímos. Entendemos que esse é um modelo que oferece respostas mais ágeis, e a aprovação da licença para essa modalidade aconteceu em tempo recorde. É mais uma alternativa. Juntos, precisamos construir soluções para superar este momento desafiador. Não tenho dúvidas de que esse é o caminho certo”.

Serrão complementou: “O setor cafeeiro é uma prioridade para a Vports. Não aceito que produtos que poderiam ser exportados por aqui saiam por outros portos. A Vports está comprometida em construir essa nova história e garantir que o Porto de Vitória atenda os produtores capixabas”.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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