Set 2024
28
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Estudo revela que irrigação combinada com cobertura vegetal otimiza produção e reduz custos

O estudo avaliou diversas lâminas de água aplicadas em lavouras da variedade Bragantina, cultivadas com espaçamento de 2,5 x 2,0 metros. Utilizando um sistema de irrigação por gotejamento com emissores autocompensantes, foram testadas cinco tensões de água no solo (20, 40, 60, 80 e 100 kPa), com e sem a presença de cobertura vegetal.

Os resultados destacam a eficiência da cobertura vegetal. No caso da lâmina de irrigação de 40 kPa, as plantas com cobertura produziram em média 4,18 kg por planta, em comparação com 3,30 kg por planta para aquelas sem cobertura. Mesmo com menores volumes de água, o uso de cobertura vegetal demonstrou maior eficiência ao reter a umidade do solo e reduzir a evapotranspiração.

“Os dados indicam que as maiores lâminas de água, associadas a tratamentos sem cobertura vegetal, não resultaram em aumentos proporcionais na produtividade e podem, na verdade, elevar os custos de produção pela aplicação excessiva de água para compensar a elevada taxa de evaporação no solo exposto. A eficiência do uso da água foi melhor com lâminas mais moderadas e cobertura vegetal, o que mostra a importância de um manejo integrado e sustentável”, avalia o pesquisador do Incaper, Claudinei Montebeller.

Montebeller destaca que aproximadamente 80% das lavouras de pimenta-do-reino no Espírito Santo são irrigadas, porém há escassez de informações sobre a quantidade de água necessária para atender às demandas da cultura.

“Técnicas de irrigação ineficientes e a falta de informações acabam levando produtores a irrigarem de forma insuficiente ou excessiva, provocando queda de produção e aumento de custos. Com essa pesquisa, queremos contribuir para mudar esse quadro, mostrando que o manejo de irrigação deve ser associado a práticas que promovam a retenção da água no solo, com destaque para o uso de cobertura vegetal. Isso é muito importante para melhorar a eficiência e a sustentabilidade da pipericultura capixaba, que é a que mais produz e mais exporta no País”, afirma Montebeller.

O projeto foi financiado com recursos do edital de Pesquisa Aplicada a Políticas Públicas Estaduais – Pesquisa Agropecuária no Estado do Espírito Santo (PPE-Agro), lançado em parceria entre a Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes).

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