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O Espírito Santo já se destaca no comércio de gengibre, que alcançou 40 países apenas no último ano. Agora, a história dessa cultura no estado entra em uma nova fase com a primeira venda direta realizada pelo agricultor para uma importadora estrangeira. A iniciativa foi protagonizada pelo produtor Alexandre Lemke Belz, da região serrana, que fechou negócio com a Toff, uma empresa dos Países Baixos. A primeira carga de gengibre saiu da propriedade rural diretamente para o Porto de Vitória no último dia 25 de setembro.
O contato entre o agricultor capixaba e a empresa neerlandesa começou por meio da Secretaria da Agricultura (Seag). O órgão estadual foi acionado pelo representante da importadora Toff no Brasil, que buscava orientação para encontrar produtores locais.
A Seag indicou o escritório do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) no município de Santa Leopoldina, facilitando a conexão.
“A competência e a força dos agricultores capixabas ficam, mais uma vez, evidentes com essa primeira venda de gengibre para o exterior feita diretamente pelo produtor. Estamos falando de uma cultura que envolve o trabalho de pequenos produtores rurais, que respondem pela grande maioria das propriedades, e que movimentou mais de US$ 37 milhões em exportações durante o ano de 2023”, ressaltou o secretário Enio Bergoli.
O Espírito Santo é o maior exportador brasileiro de gengibre, movimentando quase US$ 20 milhões (mais de R$ 108 milhões) de janeiro a agosto deste ano. Alexandre Belz, produtor há 14 anos, já tinha o seu gengibre vendido para outros países, mas realizou sua primeira exportação direta no final do mês passado.
“Sonhávamos em exportar para a Europa há alguns anos. Inclusive, já contávamos com parte da documentação necessária para fazer isso. Mas foi a partir do contato da empresa Toff que tudo se tornou possível”, relembra Belz, que recentemente enviou seu primeiro contêiner com mais de 19 toneladas de gengibre.
Ariel Sharon Saraiva, representante da Toff no Brasil e responsável por articular essa compra direta, explica que a empresa auxiliou Belz em todas as etapas da transação, desde a certificação orgânica até a criação da exportadora, cadastro em sistema de comércio exterior e processos aduaneiros.
“Demos o suporte, apoiamos na retirada das certificações e acompanhamos o produtor até a hora da saída da primeira carga”, revela Saraiva. “Estamos chegando ao Brasil para trabalhar com algumas frutas orgânicas e tomamos conhecimento da capacidade e qualidade do gengibre capixaba. Agora, queremos trabalhar com mais produtores do Estado”, acrescenta.
A movimentação iniciada com Alexandre Belz pode incentivar outras vendas diretas e até a formação de grupos de produtores de gengibre com foco em exportação. “Atualmente, nossa produção envolve oito famílias. Inclusive, a Toff já nos solicitou mais uma carga de gengibre para outubro”, informou o agricultor.
A principal região produtora de gengibre no estado inclui os municípios de Santa Maria de Jetibá, Santa Leopoldina e Domingos Martins.
“Estamos conversando sobre a organização de uma associação de pequenos produtores que não conseguem produzir o suficiente para exportar sozinhos, mas que podem cooperar para ‘encher o contêiner’”.
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