Out 2024
11
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Em contrapartida, exportadores seguem enfrentando dificuldades logísticas

Este envio recorde de 7,037 milhões de sacas de conilon implica um aumento de 170,4% em relação a 2023, representando agora 19,3% do total exportado. Os principais destinos do café conilon brasileiro até setembro foram a Bélgica, com 1 milhão de sacas; Itália, com 704 mil; México, com 656 mil; Alemanha, com 626 mil; Espanha, com 580 mil; Estados Unidos, com 536 mil; e Vietnã, com 484 mil

O Vietnã, segundo maior produtor mundial, tem intensificado suas compras de cafés brasileiros para atender à demanda. No acumulado de janeiro a setembro, o Vietnã importou 637.546 sacas, um aumento de 374,8% em relação ao mesmo período de 2023, das quais 484.777 foram de robusta. Isso reforça que o café brasileiro está preenchendo lacunas deixadas no mercado pelo próprio Vietnã e pela Indonésia, que enfrentam impactos climáticos em suas safras.

Embora a safra brasileira e capixaba também tenham sido afetadas pelas mudanças climáticas, com uma quebra de produção de cerca de 30% no Espírito Santo, os preços do conilon se mantêm firmes. Atualmente, a saca de 60 kg está sendo comercializada a R$ 1.315,00.

Paralelamente, o café arábica também registra alta exportação, com 26,397 milhões de sacas enviadas ao exterior entre janeiro e setembro, um recorde histórico para esse período, que representa 72,5% do total exportado e uma alta de 26,6% em relação ao ano passado.

De janeiro a setembro deste ano, o Brasil exportou um total recorde de 36,428 milhões de sacas, um crescimento de 38,7% em relação aos 26,264 milhões registrados no mesmo período de 2023. A receita obtida com essas exportações também foi histórica, somando US$ 8,451 bilhões.

Márcio Cândido Ferreira, presidente do Cecafé, comenta que, apesar dos volumes expressivos, o setor enfrenta sérios desafios logísticos, intensificados no segundo semestre pela falta de estrutura e espaço nos portos brasileiros e pelo aumento da demanda por contêineres, especialmente para o transporte de café, açúcar e algodão.

“Infelizmente, não tivemos alteração no cenário logístico e seguimos nos deparando com grandes e constantes atrasos de navios para exportação, abertura de gates com tempo limitado, pátios de portos abarrotados e cargas que chegam do campo e não conseguem ser despachadas, gerando elevados custos extras aos exportadores”, revela.

Ferreira explica que esses entraves resultaram na acumulação de cerca de 2 milhões de sacas de café nos portos, prejudicando a entrada de milhões de dólares em receitas para o país.

O Cecafé tem buscado minimizar esses desafios com o apoio das equipes de logística dos exportadores e mantendo diálogo com os terminais portuários. Em setembro, foi necessário recorrer à modalidade de transporte “break bulk”. “Nessa modalidade, utilizam-se big bags para armazenamento do café dentro dos navios, prática que era comumente vista na década de 60 e que, mais recentemente, foi observada em 2022, em função da pandemia, como alternativa para a baixa disponibilidade ou mesmo a falta de contêineres no mercado mundial”, conclui.

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