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O Espírito Santo ocupa o terceiro lugar no Brasil em número de cachaçarias registradas, somando 81 estabelecimentos, conforme o Anuário da Cachaça. A região Sudeste é a maior concentração dessas empresas, com destaque para Minas Gerais. No entanto, o Espírito Santo se diferencia com o município de São Roque do Canaã, que figura entre os poucos do país com 10 ou mais cachaçarias, abrigando 13 alambiques. Pensando no potencial desse mercado, empresários locais se uniram para criar o Circuito das Águas Ardentes, iniciativa que divulga as cachaçarias da região, reconhecida como a capital estadual da cachaça.
Os empreendedores têm trabalhado para adaptar seus estabelecimentos e oferecer uma experiência completa aos consumidores, promovendo a história e a cultura local em cada produto. A maioria das cachaçarias abre suas portas para visitas, o que fortalece o turismo. Entre as atrações, o Circuito das Águas Ardentes se destaca, com cachaças premiadas em competições nacionais.
Larida Locatelli, da Cachaçaria Arte Suprema, uniu esforços com outros empreendedores na criação do circuito turístico, com o objetivo de impulsionar a economia local. Sua cachaçaria conquistou medalhas de ouro e prata na 22ª Edição do Concurso de Vinhos e Destilados do Brasil, em 2022. “Todo o projeto foi pensado para proporcionar aos visitantes uma experiência completa, desde o processo de produção até o envelhecimento e envase da cachaça”, explica Larida.
Com pouco mais de 10 mil habitantes, São Roque do Canaã é agora a capital estadual da cachaça, com a cana-de-açúcar como um dos principais cultivos locais. O Anuário da Cachaça confirma a relevância do município no cenário nacional, com 13 cachaçarias registradas. O Espírito Santo, além de ser o terceiro estado com mais cachaçarias, tem a maior dispersão dessas empresas: 48,7% de seus municípios abrigam pelo menos um alambique.
A Arte Suprema produz 45 mil litros anuais de cachaça, integrando a Rota da Cachaça. A cachaçaria está se preparando para oferecer uma experiência turística ainda mais imersiva. “São Roque já era conhecida pela cachaça, e o circuito turístico reforça isso, com a cachaça sendo um dos principais atrativos, embora não o único”, comenta o empresário Angelo Afonso Locatelli.
Outro destaque da rota é o Alambique Caipira, fundado na década de 1970. Uma curiosidade é que seus rótulos chegaram às mãos do Papa Francisco. Com quase 50 anos de tradição, o alambique, agora sob a administração de Marco Aurélio Casotti, investe no agroturismo, convidando os visitantes a conhecerem de perto o processo de fabricação. “Os turistas querem ver a produção de perto, sentir o aroma da cachaça e mergulhar na história da nossa família, desde o primeiro alambique”, afirma Casotti.
Apesar do respeito às tradições, Marco também investe na inovação. Recentemente, lançou a Vodka 1912, feita com álcool de cereais, uma diversificação da linha de produtos.
Outro ponto de destaque é a Cachaçaria São Dalmácio, a mais antiga de São Roque, com 86 safras registradas e uma capacidade de armazenamento de 60 mil litros. Edmar Bonatto, proprietário, ressalta o compromisso com a qualidade e o cultivo da própria cana-de-açúcar, garantindo independência e continuidade na produção.
São Roque do Canaã, próximo a Santa Teresa — um dos principais destinos turísticos do Espírito Santo —, oferece uma oportunidade de estender a viagem e explorar o Circuito das Águas Ardentes. Além de degustar cachaças premiadas, os visitantes têm a chance de vivenciar a rica cultura do agroturismo capixaba.
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