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O Cup of Excellence (CoE), principal concurso de qualidade para café especial no mundo, que celebra seus 25 anos em 2024, definiu as 40 amostras, entre as 612 inscritas, que participarão da Fase Internacional do certame. Um café plantado em Marechal Floriano é o único finalista e vai para fase internacional. O grão da cidade serrana cultivado em família já está na 4ª geração.
Hoje, na sede da entidade anfitriã Alta Mogiana Specialty Coffees (AMSC), em Franca (SP), 22 juízes internacionais, de 10 países, avaliam esses lotes e definem, com anúncio em cerimônia amanhã, os vencedores da competição, que é realizada pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Alliance for Coffee Excellence (ACE).
Fase internacional
As 40 amostras finalistas do Cup of Excellence 2024 passaram pelo crivo da pré-seleção, do Júri Nacional e voltarão a ser analisadas pelos 22 juízes internacionais até hoje. Os cafés que obtiverem pontuação igual ou superior a 87 pontos, na escala de zero a 100 do CoE, serão considerados os melhores cafés especiais do Brasil na safra 2024, respeitando o limite de 10 por categoria, e disputados pelos principais compradores internacionais em leilão on-line, no dia 10 de dezembro.
Além disso, serão considerados “vencedores nacionais” do Cup of Excellence os cafés que chegaram à Fase Internacional, pontuarem acima de 86 pontos, mas que não integrarem a lista dos 30 vencedores. Esses lotes ficarão disponíveis para aquisição de compradores de todo o mundo em uma plataforma virtual, entre 2 e 12 de dezembro.
A produção do único finalista capixaba já está na quarta geração
“Meu bisavô Ângelo Douro partiu da Itália com minha bisavó e dois filhos em direção ao Brasil no ano de 1891. Após sua chegada ao estado do Espirito Santo subiram as montanhas capixabas e vieram a começar sua história no Brasil, na localidade de Victor Hugo, município de Marechal Floriano”, conta com orgulho Estevâo Douro, finalista, que disputa fase internacional na categoria via úmida.
O Sítio Denizar está em uma região cercada por vales de altitudes elevadas com intensas áreas do bioma da mata atlântica, que são preservados pela família Douro até os dias de hoje. No inicio da produção, além do café, a família cultiva milho, feijão, mandioca, olerícolas. Atualmente, a tradição do cultivo do café se mantem, mas agora, voltado para a sustentabilidade econômica, ambiental e social.
São 42 hectares de área de produção. “As influências das condições climáticas favoráveis da região. Altitude e temperatura principalmente também remetem a qualidade, além do capricho dado ao café na colheita e pós-colheita, o que faz diferencial da bebida”, salientou Estevâo.
A propriedade é administrada por Estevão e os filhos Thiago (30 anos), Denizar (35 anos) e esposa Penha. A família faz todo o processo desde o plantio, cultivo, colheita, pós-colheita e comercialização do café. Na entressafra do café são cultivados tomate, inhame e abacate. O sítio também tem uma pequena torrefação onde parte da produção é torrada e comercializada diretamente com o consumidor e alguns comércios.
Sistema de processamento do café finalista
A colheita é realizada de forma seletiva de acordo com a maturação das variedades. No final do dia é processado via úmida, ou seja, os frutos são lavados e separados. Os frutos cerejas são descascados e após são desmucilados mecanicamente. Em seguida, são levados para secar em camadas finas em terreiro coberto. O tempo de secagem é variável conforme o clima, o café é retirado para armazenagem com aproximadamente 11,0% de umidade, armazenado em sacaria de alta barreira (liner), até seu beneficiamento.
Para o cafeicultor, o Cup of Excellence é um dos principais concursos de qualidade do mundo, promovido aqui no Brasil. O nível dos cafés é altíssimo. Há muita diversidade em todo país . “Estar entre os finalistas e poder representar a região é muito gratificante”, comemorou Estevâo. “Quem produz cafés de qualidade sabe das dificuldades de cada safra, clima, os tratos da lavoura, cada um desses fatores influenciam na qualidade final do café”, ressaltou.
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