GREENWASHING e o ECOSILÊNCIO

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Começo o ano novo, com uma importante questão, que pode ser prejudicial os verdadeiros fundamentos, para o caminho, de um mundo mais regenerativo, em relação ao meio ambiente.

O conceito da Economia Circular deve ter sua terminologia clara, evitando o risco de ficar dissolvida, como ocorrido com a Sustentabilidade, onde tudo passou a ser sustentável, por questões de marketing, criando a “lavagem verde” (Green Washing), como ficou conhecida.

Muito do que vimos, em todos os setores, não cumprem os conceitos de um resultado, considerado sustentável, levando um falso selo verde, em suas embalagens e divulgações.

Segundo José María Fernández Alcalá (Director de Economía Circular en Ihobe, Sociedad Pública de Gestión Ambiental del Gobierno Vasco), graças a diferentes campanhas de ONGs apontando e denunciando as duvidosas práticas comerciais “pró-ambientais” de muitas empresas, os consumidores estão cada vez mais exigentes.

Esse nível de demanda gerou um efeito oposto, que pode ser quase tão prejudicial quanto #greenwashing, o chamado #greenhushing ou #ecosilencio. Consiste em omitir qualquer referência às práticas ambientais da empresa, e isso apesar de até mesmo poder realizar ações dignas de nota. A escolha de ficar quieto pode parecer estranha, mas há muitas razões pelas quais as empresas se calam. Principalmente, é por medo de ser criticado por não fazer o suficiente em termos de sustentabilidade. As empresas também se preocupam em serem acusadas de #greenwashing, que pode prejudicar irreversivelmente a reputação de uma empresa.

Outra razão pela qual algumas empresas estão em silêncio é porque acreditam que apenas uma minoria de seus clientes é verdadeiramente ambientalmente consciente, com medo de que eles possam se sentir culpados, forçando-os a um dilema moral desagradável e levando-o a refletir sobre os impactos potencialmente negativos de suas ações de compra.

E embora essa aparente demonstração de modéstia possa parecer positiva à primeira vista, pode ser contraproducente, uma vez que priva o consumidor de informações verdadeiras sobre o desempenho ambiental dos produtos que compra, eliminando a transparência necessária, para poder fazer opções de compra com base em critérios ambientais. Além disso, elimina o meio ambiente como fator de competitividade entre as empresas, desestimulando a inovação e melhora com base em considerações ambientais.

 

Fonte: texto adaptado de José María Fernández Alcalá

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