Pela primeira vez, alguns dos atores da economia circular mais influentes do mundo se reuniram para instar as empresas a considerar novas formas de projetar, produzir e consumir bens – e seu papel na escala da mudança para atingir as metas climáticas. Martijn Lopes Cardozo, CEO da Circle Economy e Helen Burdett, Head of Circular Economy no Fórum Econômico Mundial, explicam
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas , COP26, é saudada como um momento de ‘fazer ou quebrar’ para o mundo, uma das últimas oportunidades para voltar aos trilhos para cumprir metas climáticas assustadoras e evitar alguns dos piores impactos das mudanças climáticas.
E depois de décadas de alertas de especialistas, as pessoas finalmente estão prestando atenção. O número de empresas que assumem compromissos climáticos quadruplicou em apenas alguns anos para 23% , deixando muitas outras ainda para seguir o exemplo. Nesta 26ª edição da ‘Conferência das Partes’ (COP) com 197 nações — há uma janela única para moldar nosso clima futuro.
“A economia circular é uma ferramenta para lidar com essas emissões: ela nos permite satisfazer necessidades e desejos globais, como transporte e nutrição, com menos material virgem. ”
À luz desta oportunidade especial, alguns dos atores da economia circular mais influentes do mundo se reuniram pela primeira vez.
Composta por Anthesis, Circle Economy, Ellen MacArthur Foundation, Finnish Innovation Fund Sitra, Global Electronics Council, Metabolic, Platform for Accelerating the Circular Economy (PACE), ReLondon, World Economic Forum e outros, nos perguntamos: se poderíamos entregar uma mensagem durante este período crítico para um público receptivo, o que seria isso? A resposta foi simples. Conserte a economia, conserte o clima.
A relação da economia com o meio ambiente
No centro dessa ideia está a economia circular, uma abordagem para projetar, produzir e usar bens que visa eliminar resíduos , circular materiais e regenerar a natureza . Este conceito permitirá muitas das soluções para o clima, mas também para outras crises interligadas de perda de biodiversidade e extração excessiva de recursos naturais.
A economia circular é uma estrutura que aborda todas essas crises interligadas, ao mesmo tempo em que ajuda a liberar US$ 4,5 trilhões em valor econômico .
Quando dizemos ‘consertar’ a economia, pedimos que você pense em como as economias atuais funcionam. Atualmente, nós pegamos, fazemos e, inevitavelmente, desperdiçamos. A extração e o uso de recursos respondem por 70% de todas as emissões de GEE , que aumentam a temperatura global.
A economia circular é uma ferramenta para lidar com essas emissões: ela nos permite satisfazer necessidades e desejos globais, como transporte e nutrição, com menos material virgem.
A redução da demanda por materiais virgens significa menos extração e processamento e, consequentemente, menos emissões, oferecendo uma redução de 39% nas emissões de gases de efeito estufa se a economia circular for promulgada globalmente.
Crescimento econômico – e sistemas quebrados
O crescimento econômico está intimamente ligado à extração de materiais, ao uso de recursos como água e uso da terra e à degradação ambiental geral. Em muitos casos, na economia linear, o próprio “crescimento” depende da má gestão de recursos e da extração excessiva, levando a sistemas econômicos quebrados.
Mas quando falamos de ‘correções’ para a economia, pedimos que você pense em como as economias dependem de recursos que o mundo administrou mal e agora tornou escassos. Considere smartphones e computadores.
Essas ferramentas tecnológicas foram fundamentais para manter as economias funcionando durante a pandemia. Mas estima-se que muitos metais preciosos necessários para produzi-los se esgotem no próximo século.
… “Podemos nos ancorar com uma ideia-chave: a economia pode ser um volante para a mudança”
Esses materiais são difíceis de extrair e recuperar de baterias existentes – especialmente quando 1 em cada 10 telefones acaba em aterros sanitários e os telefones não são projetados para reparos.
Esses problemas seriam preocupantes o suficiente, mas se tornam ainda mais terríveis quando consideramos que materiais como o lítio são necessários para as baterias que eletrificarão carros e caminhões – e alimentarão nossa tão necessária transição energética.
O caminho a seguir é uma mudança em todo o sistema, uma nova abordagem para considerar como os recursos serão gerenciados desde o projeto, fabricação e distribuição.
Como os negócios podem impulsionar o progresso
Quase metade das emissões vem da maneira como fazemos e usamos as coisas, incluindo alimentos. Diante dessa realidade, as empresas têm um papel importante na correção do clima, reformulando a economia – repensando como inovam e colaboram e, no processo, como projetam, produzem e distribuem seus bens. Esses esforços criarão empregos e um melhor crescimento.
Ao aplicar abordagens de economia circular, as empresas podem se tornar mais resilientes e lucrativas, reduzindo sua exposição a dispendiosas interrupções na cadeia de suprimentos e à volatilidade dos preços dos recursos. Na verdade, esses negócios podem atrair investidores interessados em atingir zero líquido e obter retornos ajustados ao risco superiores.
À medida que nos aproximamos deste momento crítico para o clima, seremos confrontados com muitas estatísticas, fatos e pedidos de ação, talvez nos fazendo pensar como podemos agir. Nesses momentos, podemos nos ancorar com uma ideia-chave: a economia pode ser um volante para a mudança. As decisões que tomamos para moldar a economia podem proteger nossos meios de subsistência e o meio ambiente. Se consertarmos a economia, consertaremos o clima.
Compartilho esse excelente artigo, o qual foi escrito em colaboração com alguns dos principais atores da economia circular do mundo: Anthesis , Circle Economy , Ellen MacArthur Foundation , European Circular Economy Stakeholder Platform (ECESP) , Finnish Innovation Fund Sitra , Glasgow Chamber of Commerce , Global Electronics Council , Metabolic , A Plataforma para Acelerar a Economia Circular (PACE), ReLondon , Fórum Econômico Mundial .
Etiquetado Economia Círculo , COP26 , Fórum Econômico Mundial