A Economia Circular não é o fim da economia.

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Radoslav Zilinsky/Getty Images

 

 

Excelente texto de autoria de Louis Lehman (parte 2).

 

 É fato que com a pandemia em 2020 vivemos “a mais abrupta interrupção de alcance planetário na atividade econômica da história”, como afirma o economista britânico Adam Tooze. Este especialista em política e economia internacional deixa algumas reflexões muito interessantes que ajudam a entender onde estamos quando avaliamos o que está por vir em um futuro próximo: “É uma demonstração incrível do nosso poder coletivo de parar a economia e um lembrete chocante disso, nosso controle da natureza, sobre o qual repousa a vida moderna, é mais frágil do que gostamos de pensar.

 

Na mesma direção, podemos afirmar (reafirmado após a invasão da Ucrânia), que a crise do clima e da biodiversidade, são catalisadores de diferentes processos que foram “evitados” na economia. Como disse o prestigioso economista John Maynard Keynes, “em economia tudo pode ser evitado, exceto as consequências”. Evitamos externalidades negativas há muito tempo.

A busca de modelos alternativos implica uma fissura, mas não uma ruptura. Assim, a economia circular não deve ser concebida como o “fim da economia” (traçando um paralelo com o “fim da história ou o último homem” de Francis Fukuyama), mas sim como uma transição, uma nova etapa qualitativa desta. Ser sustentável não significa deixar de produzir, buscar rentabilidade, distribuir lucros, mas o contrário: é entender o contexto e se adaptar a ele, assumir o saldo negativo do modelo que ficou para trás e buscar soluções criativas para enfrentar a nova realidade.

 

Podemos mudar o mundo e a economia

 

Como podemos ver, estamos caminhando para outro estágio, um novo período evolutivo. Assim, apresenta-se o desafio de promover um novo ser humano, o Homo circularis, como protagonista desta nova era. Uma evolução que é consciente pela primeira vez, a partir da vontade, e que deixa para trás o Homo economicus, o expoente máximo da economia linear.

 

O tempo histórico marca as horas de um ser humano e de um mundo em transição graças à tecnologia, mas também devido aos alertas climáticos. Deve emergir uma sociedade mais consciente e colaborativa, impulsionada pelas novas gerações, que exigem empresas mais responsáveis ​​e um Estado que assuma um papel empreendedor, dinâmico e inclusivo.
Trata-se de um ser humano ou de uma comunidade que se adapta a um novo tempo e aproveita as oportunidades de mudança.

 

Partindo de uma visão amigável do negócio, da busca da rentabilidade com resultados distribuídos, do cuidado com o meio ambiente, e com o Homo circularis como um novo modelo de comportamento humano, poderemos continuar desenvolvendo. Nesse cenário, a economia circular é uma ferramenta eficaz para consolidar esses processos, que já estão avançando e dando os primeiros benefícios.

 

Fonte: https://gestionambiental.org/index.php/2022/06/14/cambia-la-economia-y-cambiaras-el-mundo/

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