As 10 empresas mais inovadoras do Brasil, segundo a revista americana Fast Company na avaliação de 2010.
Fontes: Fast Company Most Innovative Companies e Exame.com
O ranking brasileiro das 10 empresas mais inovadoras tem como detalhe a ausência das empresas da era digital, ou seja, ainda estamos na era da ênfase do hardware como se pode ver abaixo. A presença de grandes indústrias contrasta com a listagem das 10 empresas mais inovadoras nos EUA como poderemos ver no quadro apresentado no final do texto.
Vamos então a listagem das 10 brasileiras, síntese do Ranking publicado pela Exame.com:
1. Azul fez parte da popularização do transporte aéreo
O primeiro lugar na lista da Fast Company pertence à companhia aérea Azul, que foi a única brasileira a figurar na lista global das empresas mais inovadoras eleitas pela revista americana. O prestígio que a Azul possui se deve ao papel que a empresa exerceu na transformação de viajantes de ônibus em passageiros de avião.
2. Ambev liderou a fusão da maior cervejaria do mundo
Não foi um produto que garantiu à Ambev o segundo lugar no ranking da Fast Company, mas sua capacidade de inovar na gestão. Para a revista, a medalha de prata é merecida por liderar a fusão que formou a maior cervejaria do mundo.
3. Petrobras é líder de exploração em águas profundas
As descobertas de petróleo na região do pré-sal levaram a Petrobras ao terceiro lugar no ranking. A revista chama a atenção para o fato de que, diferentemente de outras grandes companhias, que se limitavam a explorar as reservas de mais fácil acesso, a Petrobras investiu em depósitos de óleo em águas ultraprofundas, usando equipamentos inovadores para alcançar o objetivo. Hoje, a estatal é referência nesse tipo de tecnologia e, ao avançar 2.700 metros de profundidade, ela pode colocar o Brasil na lista dos países com maiores reservas de petróleo no mundo.
4. Osklen é chique e sustentável
A inovação já estava presente na Osklen desde sua inauguração. A primeira loja da confecção de roupas esportivas para frio extremo foi inaugurada em Búzios, no litoral do Rio de Janeiro. Mas não foi por isso que a empresa, fundada em 1989, conquistou o quarto lugar na lista da Fast Company, e sim por ser uma grife que combina sustentabilidade e elegância.
5. Embrapa inova na agricultura tropical
O uso de técnicas tradicionais para aumentar os níveis de vitamina da banana, feijão, milho, mandioca e abóbora, feito pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), em 2010, foi um dos motivos que levaram a instituição ao quinto lugar no ranking.
6. Gerdau respondeu bem às mudanças do mercado
Depois da crise internacional iniciada em 2007, a Gerdau foi rápida no gatilho e esperta o suficiente para acompanhar as mudanças do mercado do aço e continuar crescendo. Além de bons rendimentos, isso rendeu a ela uma posição na lista da Fast Company. Em 2010, o lucro líquido da siderúrgica foi de 2,4 bilhões de reais, número 144% maior do que em 2009.
7. Natura inova pela sustentabilidade e produtos naturais
Por fazer crescer um império com a flora brasileira. É assim que a revista Fast Company resume a justificativa para a Natura ter conquistado o sétimo lugar na lista das mais inovadoras do país.
8. Embraer desafiou o modelo de terceirização da aviação
Em vez de seguir o exemplo tradicional de terceirização, a Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) optou por terceirizar boa parte de sua produção e adotar um modelo de parceria de riscos com os fornecedores. A nova fórmula serviu para tirar projetos do papel, compartilhando custos e riscos com empresas parceiras, e transformar a empresa em uma verdadeira montadora de aviões.
9. Metalfrio soube identificar e explorar um novo nicho
A fabricante de refrigeradores comerciais Metalfrio Solutions encontrou um mercado lucrativo e soube explorá-lo. Em vez de imitar a concorrência e ter um portfólio amplo de eletrodomésticos de linha branca, a empresa preferiu concentrar o foco em um só nicho, o de refrigeradores, geladeiras e freezers para estabelecimentos comerciais.
10. Solar Ear democratizou os aparelhos de surdez
Um aparelho digital de surdez com bateria recarregável por energia solar permitiu que deficientes auditivos de populações pobres pudessem voltar a ouvir a um baixo custo. Além de democratizar o produto e trazer uma tecnologia inovadora, a organização não governamental Solar Ear, criada a partir de uma parceria entre a ONG Instituto CEFAC, uma consultoria e integrantes da Universidade de São Paulo, emprega jovens surdos, responsáveis pela montagem do aparelho, atualmente exportado para 30 países.
As 10 empresas americanas mais inovadoras de 2010
Nota-se uma presença significativa das ditas “empresas digitais” e a ausência dos grandes complexos industriais, em especial as empresas automobilísticas, onde a inovação ainda é limitada pela dureza da visão mecânica dos produtos gerados.
Concluindo, a questão da Inovação passa por investimentos em Ciência e Tecnologia, entretanto, nossa cultura empresarial e governamental ainda é mais baseada no sistema de produção do que no processo de criatividade, inovação e agregação de valor aos produtos e serviços. Apesar das dificuldades precisamos continuar na luta por uma visão empresarial e governamental mais focada do futuro e também na importância da inovação para a nossa competitividade.