Trecho do depoimento do consultor, Engo. Vicente Falconi Campos (INDG), para o site do MOVIMENTO BRASIL COMPETITIVO – MBC, falando sobre a questão da EFICÁCIA NO SERVIÇO PÚBLICO:
O administrador público ou privado que não conhece método gerencial sempre acha que o que conhece de gerenciamento já é o suficiente. Realmente, uma boa liderança aliada ao conhecimento dos processos pode resultar em uma boa administração. No entanto, na década de 90, os empresários brasileiros descobriram que, além da liderança e do conhecimento do negócio, eles poderiam ganhar muito mais se adotassem o método gerencial PDCA pelo envolvimento de todas as pessoas da empresa. Foi assim que o setor empresarial brasileiro se fortaleceu quando comparado com os de outros países que não fizeram o mesmo trabalho. As empresas brasileiras que estão tendo sucesso na globalização foram profundamente submetidas ao método gerencial em sua busca de produtividade.
Na atual década uma nova geração de políticos, ajudada por empresários brasileiros, está descobrindo o método gerencial como instrumento indispensável para aumentar a produtividade do Estado. Aumentar a produtividade do Estado significa fazer cada vez mais pela população com cada vez menos recursos. Não existe brasileiro que não queira que o Estado produza mais para a população, independentemente de sua ideologia. Esta maneira de pensar a administração do bem público já vem sendo praticada entusiasticamente por vários políticos, independentemente de partido, com grandes dividendos em votos. O povo percebe a boa gestão. Estes políticos da nova geração são, a meu ver, os arautos de um novo Brasil. São os promotores de uma mudança inusitada da Cultura Política em nosso país.
A produtividade do Estado é muito baixa. Nossos resultados nas áreas de Educação, Segurança e Saúde estão entre os piores do mundo. O Estado não tem cumprido as suas funções básicas. Entregamos anualmente ao Estado 40% da riqueza gerada por todos nós. A competitividade brasileira seria aumentada em muito se conseguíssemos melhorar a produtividade deste número. Ele é muito grande!
O Brasil tem sido afortunado por poder estar introduzindo, com o incentivo de seus empresários, o método gerencial no setor público nos últimos anos. Isto não é comum mesmo nos países mais desenvolvidos. O MBC e o INDG têm tido experiências interessantes em alguns estados e municípios. Um dos fatos concretos e medidos é que, ao fazer a reestruturação organizacional e dos processos-meios de algumas Secretarias de Estado, tem sido verificado que muitos dos funcionários podem ser realocados em outras posições. Os processos funcionam melhor, se tornam mais rápidos e resultam em melhor atendimento à população, geralmente com a metade das pessoas! O segredo é a padronização, o treinamento intensivo e a valorização do funcionário.
Além disto, alguns estados vêm tendo incrementos reais (acima da inflação e do crescimento econômico) de sua arrecadação da ordem de 6 a 7% ao ano por vários anos. Isto equivale à redução da sonegação que é, aparentemente, uma prática comum em todo o País, mas que será reduzida substancialmente neste ritmo de melhorias. A redução dos custos denominados de “custeio” (fora despesas de pessoal) tem sido da ordem de 30 a 50%.
No entanto, todos estes números, embora importantes e já conseguidos por muitos governadores e prefeitos, são ainda a base inicial sobre a qual deve ser construído o verdadeiro movimento de melhoria da administração pública. Precisamos agora introduzir, sem preconceitos, o método gerencial nas áreas-fins dos governos: Segurança, Saúde e Educação. Aí, então, teremos a verdadeira revolução. Alguns estados da Federação já estão trabalhando duro nesta direção.
Não existe fórmula fácil para aumentar a competitividade brasileira. Temos que lutar em todas as frentes, públicas e do setor privado, utilizando plenamente a liderança, o conhecimento técnico e o método gerencial PDCA para melhorar cada vez mais a “máquina” brasileira e trazer riqueza para nosso povo.
Comentários do BLOG: O consultor Falconi tem como ultimo lançamento, o livro O VERDADEIRO PODER, editado pelo Indg.
Estados como, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Ceará, entre outros, já estão adotando esta prática de gestão. Nossa participação no Encontro Internacional de Sustentabilidade e Gestão Pública no final de agosto, em Brasília, promovido pelo MBC, nos mostrou um conjunto de ações de estados e municípios nesta mesma direção. Ainda é muito pouco quando comparamos com um universo de mais de 5.000 prefeituras neste país, ou seja, ainda há muito caminho pela frente na busca da Qualidade, Produtividade e Resultados positivos no setor público brasileiro.
A questão do serviço público como abordado na matéria tem sido nossa preocupação aqui no norte do ES, e em especial em nossa secretaria municipal de Agricultura e Meio Ambiente, como também em Montanha, Boa Esperança e outras prefeituras da região. A caminhada é longa, pois exige mudança de comportamento e uma nova atitude dos gestores.