A imagem neste texto é vista como recurso para enxergar a meta, o desafio. Na cultura gerencial japonesa o uso da imagem é frequente e orienta o que poderíamos chamar de visão sistêmica de ideias e projetos. Kawakita Jiro, autor do método KJ de Criatividade, concebeu uma forma alegre, divertida e visual para criar elementos técnicos e gerenciais no processo da inovação e planejamento.
Os materiais didáticos utilizados nos treinamentos da Kawasaki Steel Co. e traduzidos para o português para utilização na CST (Arcelor) na década de 80 primavam pela estruturação visual e exemplos bem definidos dos assuntos técnicos ali contidos. Outros exemplos na própria Toyota (são vários livros a respeito) traduzem muito bem este conceito da imagem do presente e futuro através de outras ferramentas como o Thinking Groups, JIT – KANBAN, Poka Yoke, Gráficos de Controle em Painéis entre outros. A lista de técnicas com apelo da imagem é longa.
Destaques do Livro: Toyota, A fórmula da inovação. Mathew E. May (A Toyota é hoje uma das três maiores empresas automobilísticas dos Estados Unidos, de acordo com o New York Times fato que era inimaginável há uma década. Neste livro, Matthew May e Kevin Roberts revelam como a filosofia da inovação baseada na equipe e em práticas criativas de negócios têm feito da Toyota uma empresa vencedora. A fórmula desse sucesso é baseada em princípios e práticas bem definidos, e guia a empresa pelo caminho da criatividade – com mais de um milhão de idéias vindas de funcionários implementadas a cada ano.)
Apresentando a fórmula de sucesso de uma empresa que deu a volta por cima e voltou a ser líder, este livro é uma fonte de motivação para executivos e empresários que desejam revitalizar sua empresa.O autor mostra neste texto o poder da imaginação através da projeção de imagens futuras desejadas para o sucesso do empreendimento.
O valor da imagística e visualização mental como propulsores do desempenho é indiscutível, uma liderança firme em quase todos os âmbitos dependem disso. Esquecemo-nos de como o poder da imaginação é importante em nosso trabalho cotidiano, por estarmos muito ocupados. Não nos lembramos de manter afiadas nossas habilidades visuais e ferramentas por meio do uso constante. Em seguida indagamos porque ninguém e isso inclui nossos clientes enxerga a questão.
Howard Gardner, em seu livro Leading Minds, argumenta que os líderes que consideramos visionários sejam artistas, empresários ou diplomatas têm a capacidade de acessar uma imagem mental para criar uma mensagem cativante em torno da qual as pessoas podem reunir-se. Há que ser um pouco poeta para dar a contextura. Alguns exemplos bem conhecidos são a prova disso.
Walt Disney sobre a Disneylândia:
Disneylândia será um lugar para as pessoas encontrarem felicidade e conhecimento um lugar para pais e filhos passarem horas agradáveis em família; um lugar para os professores e seus alunos descobrirem melhores formas de entendimento e de aprendizado. Aqui a geração mais velha pode captar a nostalgia dos dias que já se foram, e a geração dos mais jovens pode saborear o desafio do futuro… A Disneylândia será uma espécie de feira, exposição, parque infantil, centro comunitário, museu a atração turística de beleza e magia. Encher-se-á de realizações, alegrias e esperanças do mundo em que vivemos. E nos lembrará e nos mostrará como fazer dessas maravilhas parte de nossas vidas.
Winston Churchill em seu discurso Winston Churchill on Britains Finest Hour:
Hitler sabe que terá de nos invadir nessa ilha ou perder a Guerra. Se pudermos resistir, toda a Europa será livre, e a vida do mundo pode seguir em frente rumo a extensos planaltos ensolarados. Mas, se fracassarmos, o mundo inteiro, inclusive os Estados Unidos, inclusive tudo o que conhecemos e de cuidamos, mergulhará no abismo de uma nova Baixa Idade Média, ainda mais sinistra e talvez mais prolongada pelas luzes da ciência pervertida. Preparemo-nos, portanto, para cumprir nossos deveres e comportemo-nos de modo que, se o império britânico e sua comunidade de nações durarem mil anos, todos digam: Este foi seu maior momento.
Henry Ford sobre o automóvel:
Criarei um carro para as massas… custará tão barato que qualquer trabalhador com um bom salário será capaz de possuir e desfrutar com sua família da bênção de passar horas de prazer nos grandes espaços abertos de Deus… Quando eu terminar, todo mundo poderá comprar um, e todos terão seu carro. Os cavalos desaparecerão de nossas estradas, os automóveis serão uma realidade, e daremos empregos com bons salários a um grande número de pessoas.
Martin Luther King Jr, em Eu tenho um sonho:
Eu tenho o sonho de que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos ex-escravos e os filhos dos ex-donos de escravos poderão se sentar juntos à mesa da fraternidade. Eu tenho o sonho de que um dia, até mesmo no estado do Mississipi, um estado deserto que transpira com o calor da injustiça e da opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça. Eu tenho o sonho de que meus quatro filhos viverão um dia em uma nação onde as pessoas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje…
Fotos e imagens conectam as pessoas à intenção de forma muito poderosa, mexendo com mentes e corações. Conectam o lado direito do cérebro com o lado esquerdo e ajudam-nos a enxergar o melhor caminho. Proporcionam sugestões valiosas de viagem, que nos permitem traçar o caminho rumo ao futuro com confiança. A referência visual desempenha um grande papel em praticamente todo o aspecto do mundo dos negócios. Está presente em tudo o que a Toyota realiza, desde avançadas estratégias de projeto até controles visuais de produção. (GESTÃO À VISTA).
Nenhuma abordagem quanto ao uso de recursos de visualização seria honesta ou eficaz sem o uso de imagens, então o lembrete deste texto será simplesmente este: histórias, ferramentas e exemplos de como pensar com imagens, e por que isso é tão importante para a inovação.
Como disse Napoleão, uma imagem vale mais do que mil palavras.
No sistema de Gestão da Qualidade focando melhores resultados de produtividade, o uso da GESTÃO À VISTA encaixa-se perfeitamente na abordagem que Mathew E. May descreve neste texto. Além da projeção futura de resultados desejados (efeitos), facilita também a estruturação dos elementos que irão contribuir para o seu atingimento (conjunto de causas).