COMO REAGIR AO ÓDIO E À MALDADE NA EMPRESA?
Artigo de Claudio Faccina publicado em seu blog na Época Negócios digital. Seu artigo aborda o comportamento de pessoas que tem no seu coração uma postura temerosa e profundamente prejudicial ao bom funcionamento das organizações de uma forma geral. Vamos ao artigo:
Na floresta corporativa, encontramos nossos próprios monstros da natureza humana. Ódio, maldade, maledicência para nossa sobrevivência como pessoas e profissionais, é vital reconhecer várias facetas dessa natureza, que nos cercam na nossa vida corporativa. Como revelado em post anterior (Ciúme não é sinônimo de inveja), reconhecer os defeitos humanos é uma forma de mostrar como realmente somos e não como uma teoria supõe que sejamos.
Este ano comemoram-se 200 anos do nascimento do escritor inglês Charles Dickens, autor de clássicos como Oliver Twist, A Christmas Carol e David Copperfield. Em trecho de O homem mal-assombrado (The Haunted Man), última de suas histórias de Natal, a personagem pergunta: Posso lhe dizer por que me parece uma coisa boa nos lembrarmos das coisas más que nos fizeram?. Ao que responde, em seguida: Porque assim talvez possamos perdoá-las.
Vejamos um pouco mais sobre esses sentimentos, comportamentos e atitudes:
ÓDIO
O ódio é considerado o mais universal dos sentimentos. Odiar é entristecer-se com algo que lhe fizeram ao ponto de prejudicar e entristecer o outro. Spinoza, filósofo que mais compreendeu a alma humana, afirmou:
o ódio não é senão a tristeza acompanhada de uma causa exterior.
aquele que odeia esforça-se por afastar e destruir a coisa que odeia. Todo ódio, ainda que justificado, é injusto. Você provavelmente sente ódio por algo, e, no trabalho, isso pode ser mortal.
MALDADE
A maldade, por sua vez, esta intimamente ligada ao egoísmo. A pessoa má não faz o mal pelo mal, mas apenas pelo seu próprio bem. Isso a torna uma fruta podre na cesta das suas relações. É fácil de ser detectada, não pelo odor, mas pela ação de podridão que causa no entorno.
MALEDICÊNCIA
Os maledicentes são os que se encarregam de anunciar o mal que há no entorno, não para amenizá-lo, mas para propagá-lo. É o marqueteiro da sinceridade maldosa. Caluniar é o prazer da sua existência. Provavelmente é um tipo de pessoa que você conhece bem e procura evitar.
Não existe antídoto específico para sua defesa.
O melhor caminho é agir na direção contrária, com amor, altruísmo, solidariedade, justiça, compromisso e responsabilidade. Não se trata de dar a outra face, não estamos no campo religioso, mas de agir no sentido de espelhar para seu grupo, colegas, subordinados e superiores hierárquicos uma imagem positiva da natureza humana.
São atitudes que prevalecem apoiadas na conduta ética e moral. E, se bem plantadas, acabam vencendo no final.
Importante: talvez você se encontre na pele do lobo depois de um processo de injustiça ou de suposta violência moral provocada pelo grupo. Seu instinto é de raiva e vingança. Não questiono suas razões, mas, acredite, o método agressivo não vai dar certo. Isso é veneno, que lhe consome. Nada lhe trará de volta aquilo que lhe foi tirado emocionalmente. Procure o caminho oposto e verá que seu esforço será recompensado.
Autor: Carlos Faccina trabalhou 25 anos na Nestlé no Brasil e na Suiça, onde ocupou a Direção de RH, Assuntos Estratégicos e Públicos. É autor do livro “O Novo Profissional Competitivo: Mais Razão, Emoção e Sentimento na Gestão”, da editora Campus. Mestre e Doutor em Ciências, professor universitário, conferencista e consultor reconhecido. É Professor da FAAP e BSP. twitter @cfaccina.
Engraçado, como o corporativismo, nos torna pessoas tão iguais…a descrição acima é puro espelho da realidade…adorei !!! obrigada