EXAME levanta, em reportagem publicada nesta segunda feira, a questão complicadíssima da Gestão de um dos maiores grupos de saúde da América, a Unimed.
Sempre foi, para todos nós, um exemplo de desafio à gestão e produtividade, gerir uma organização tão complexa e com uma clientela tão delicada (saúde humana) e uma estrutura gigantesca.
LIDERANÇA – Segundo publicado na matéria, o Grupo Unimed, maior operador de planos de saúde do país, tem duas faces bem distintas. A primeira é a de um conglomerado de sucesso, que faturou 33 bilhões de reais no ano passado e é líder no mercado privado: atende 40% de toda a clientela do setor. É dono de 111 hospitais e milhares de centros de atendimento, e sua marca é conhecida nacionalmente.
GIGANTISMO – Mas esse gigantismo todo cobra seu preço, e essa é a outra face da Unimed. Sua estrutura de gestão é bizantina: são 360 cooperativas em todo o país, comparáveis a subsidiárias numa empresa comum. Só que as subsidiárias são geridas de maneira autônoma, controladas pelos 112 000 médicos cooperados da Unimed no país. Para complicar ainda mais, existem 34 cooperativas regionais, que fazem o meio de campo entre as subsidiárias e a Unimed nacional.
VOLUME X PRODUTIVIDADE – É um pesadelo gerencial com poucos paralelos na economia brasileira. Os dirigentes da Unimed são escolhidos em disputadas campanhas eleitorais para conquistar o voto dos médicos. Tanta burocracia, obviamente, tem um custo: a rentabilidade da Unimed é menor que a média do setor. No ano passado, a Unimed lucrou 660 milhões de reais, ou 2% da receita. É pouco mais que o lucro da Bradesco Saúde, que fatura um terço.
Sobra para Eudes Aquino, presidente da Unimed equacionar o modelo com foco decisivo na Gestão e Resultados que possam alavancar resultados de rentabilidade.
E O CLIENTE? No conjunto dos fatos e números ficou pendente um pequeno detalhe: O cliente não foi explorado. Será que ele anda satisfeito com os serviços prestados pelo grupo?