“O contrário do amor não é ódio, mas a indiferença”. (Friedrich Nietzsche, 1844 a 1900)
Colaboração do amigo escritor e professor, Rinaldo Barros- Natal RN
Grandes terremotos na China… Ciclones em Mianmar… Furacões no Caribe… Tsunamis na Ásia, incêndios na Austrália, Califórnia… Falta dágua na Austrália… Inundações na China, Alemanha, Coréia, Peru, Espanha, Paquistão, Brasil…
Essas são mensagens de catástrofes naturais que diariamente nos chegam das mais variadas partes do mundo, e de tal forma já incorporadas ao nosso dia-a-dia, que não nos causam mais tanto espanto. Integra o quadro da banalização da vida.
Vale registrar que, segundo relatórios da ONU e Cruz Vermelha Internacional, nos últimos 10 anos, o número de catástrofes naturais aumentou em 60% e o número de mortes passou de 600 mil para 1 milhão e 300 mil pessoas! Só o Tsunami na Ásia matou 230 mil pessoas e os recentes ciclones em Mianmar na Ásia e terremotos na China mataram mais de 150 mil pessoas. Esses números são catalogados como catástrofes naturais e tendem a aumentar.
Apesar da seriedade da situação, a Terra continua também a receber diariamente notícias sobre a contínua devastação da floresta amazônica, vazamentos de óleo nos oceanos, derretimentos das grandes geleiras, buracos na camada de ozônio, poluição do ar e águas, aquecimento global, resultando no iminente esgotamento dos recursos naturais.
Na outra face da moeda, a desvalorização do ser humano, o aumento das drogas, o efeito devastador do desequilíbrio ecológico, a perda da dignidade, a inversão dos valores sociais, o aumento da massa humana sem rumo, a fome, as desigualdades sociais, os preconceitos, as guerras, o terrorismo, a globalização da miséria, a insegurança, o medo, a incerteza do futuro, tudo isto cria uma névoa espessa de energia negativa em volta de nosso (?) mundo.
É a aura doente do planeta, como conseqüência de milhões de almas doentias.
Relembro que tudo está ligado! A degradação do ser humano e a do planeta estão intimamente unidos e da mesma forma as soluções para o problema.
A Terra está sendo saqueada por quem deveria protegê-la! Separamo-nos da Natureza. O progresso materialista e tecnológico sem cuidados, a ganância sem ética; cobra um preço alto.
Concordo com Nietzsche, apud “Nietzsche para estressados”, de Allan Percy; quando nos ensinou “voltar à Natureza não significa ir para trás e sim para a frente!”
“Ajuda-me, diz a Mãe-Terra, a dissipar essa nuvem escura que está ofuscando a luz, exaurindo minhas forças, acabando com minha vida!”
É a mãe pedindo para que seus filhos escutem seu apelo.
A seu modo, o planeta está gritando aos quatro ventos, mas o Homem está tão desequilibrado que perdeu a capacidade de ouvir e ver os sinais.
Aprendi que tudo é energia, tudo é uma simples equação de ação e reação. Trate bem que será bem tratado! Destrua e será destruído!
Ame e será amado! É plantar e colher! Esta regra vale para qualquer situação, desde uma simples equação de física elementar ou convivência pessoal até uma relação Homem-Homem ou Homem-Terra.
Dar coisas boas e receber coisas boas! Dar ódio, destruição e receber ódio e destruição! É uma regra válida para tudo e para todos! Vale para o microcosmo e para o macrocosmo da mesma forma.
É uma lei cósmica! Nós decidimos o nosso futuro.
É preciso, porém, atentar para o fato de que a nossa espécie “homo sapiens” não tem o poder de destruir o planeta, mas apenas de gerar sua própria destruição. O lindo planeta azul continuará girando em torno do Sol e, daqui a um milhão de anos, fará surgir uma nova espécie de macacos, armados com paus e pedras, para atacar outro grupo de macacos…começando tudo de novo.
Ingenuamente, talvez, como queria Agostinho (354 a 430 d.C), continuo com a Esperança, ao lado de suas duas filhas lindas: a Indignação e a Coragem, para lutar por um mundo melhor.
Felizmente, temos o poder ao nosso alcance e a chance de evitar o desastre ainda está em nossas mãos. Comecemos já, o tempo está acabando.
Rinaldo Barros – [email protected]