Produtividade – o grande desafio brasileiro!

GAF00923A indicação do amigo Luiz Toniato (empresário e diretor de inovação do SISTEMA FINDES) sobre a matéria em questão vem em boa hora. Toniato é um entusiasta das questões que trabalham com profundidade a produtividade. Nesse conjunto de causas da produtividade estão os fundamentos e prática da Qualidade Total, os avanços na área da Inovação e melhorias de processos e produtos. Os destaques que apresentamos não deixam de fora um preciso argumento: A má gestão das organizações como fator influenciador nos resultados de produtividade e competitividade.

A busca da produtividade significa em termos mais simples: Fazer o melhor, com maior valor agregado ao cliente pelo menor custo de produção. Pronto! Parece simples, mas não é. Kaoru Ishikawa, o grande guru japonês do Total Quality Control – TQC, dizia que deveríamos sempre considerar a produtividade como um EFEITO DESEJÁVEL, ou OBJETIVADO e tendo em seu diagrama, também chamado de fishbone diagram (diagrama espinha de peixe de causas e efeito), os fatores de causas, todos com a inicial M, ou seja: Mão de obra (principal objeto dessa reportagem), Matéria Prima, Medida (controle indicadores), Máquina (infra e equipamentos), Manutenção, Método (Análise e solução de problemas pelo método científico) – esse diagrama de Ishikawa nos leva a entender que o resultado final de uma alta produtividade depende de vários fatores, e entre eles um que destacamos a seguir – a produtividade da mão de obra brasileira:

Conforme relatado no site da BBC BRASIL e também em o Estadão, a última edição da revista The Economist traz uma reportagem bastante crítica ao mercado de trabalho no Brasil e em especial à produtividade dos trabalhadores. Com o título “Soneca de 50 anos”, a reportagem diz que os brasileiros “são gloriosamente improdutivos” e que “eles devem sair de seu estado de estupor” para ajudar a acelerar a economia.

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A reportagem mostra que após um breve período de aumento, entre 1960 e 1970, a produtividade por trabalhador estacionou ou até mesmo caiu ao longo dos últimos 50 anos. A paralisia no período acontece em contraste com o cenário internacional, onde outros emergentes, como Coreia do Sul, Chile e China, apresentam firme tendência de melhora do indicador.

“A produtividade do trabalho foi responsável por 40% do crescimento do PIB do Brasil entre 1990 e 2012, em comparação com 91% na China e 67% na Índia, de acordo com pesquisa da consultoria McKinsey. O restante veio da expansão da força de trabalho, como resultado da demografia favorável, formalização e baixo desemprego”, diz a revista.

A reportagem aponta uma série de fatores que explicam a fraca produtividade brasileira. O baixo investimento em infraestrutura é uma das primeiras razões citadas por economistas. Além disso, apesar do aumento do gasto público com educação, os indicadores de qualidade dos alunos brasileiros não melhoraram. Um terceiro fator menos óbvio é a má gestão de parte das empresas brasileiras.

A revista mostra informa muitas empresas preferem contratar amigos ou familiares menos qualificados para determinadas vagas, para limitar o risco de roubos na empresa ou de serem processados na Justiça trabalhista. A revista também cita que a proteção do governo aos setores pouco produtivos ajuda na sobrevivência das empresas menos  eficientes.

A reportagem ouviu um empresário norte-americano que é dono do restaurante BOS BBQ no Itaim Bibi, em São Paulo. Blake Watkins diz que um trabalhador brasileiro de 18 anos tem habilidades de um norte-americano de 14 anos. “No momento em que você aterrissa no Brasil você começar a perder tempo”, disse o dono do restaurante BOS BBQ, que se mudou há três anos para o país.

Em outubro de 2012, a revista EXAME trazia uma reportagem sobre o mesmo assunto – a produtividade do trabalhador brasileiro. Veja nosso destaque:

GAF00957Um século depois, a obsessão de Ford pelo aumento de produtividade de homens e máquinas continua a ser um mantra. Do chão de fábrica, ela migrou para a agricultura, para a construção e para os serviços — e ganhou a dimensão das nações. Hoje, a produtividade é vista como uma medida da eficiência no uso de fatores como o capital e o trabalho.

“A capacidade de fazer mais com os recursos disponíveis se tornou também um atalho para o desenvolvimento. “A melhor maneira de um país enriquecer é conseguir que cada trabalhador produza mais”, diz o economista José Alexandre Scheinkman, professor da Universidade de Princeton.

A má notícia é que o Brasil, país de renda média que almeja ser rico um dia, emperrou nesse quesito. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, a produtividade brasileira está estagnada há três décadas. Nos anos 80, ela encolheu 1,35% ao ano. Continuou a cair à média de quase 1% ao ano na década seguinte.

Nos anos 2000, avançou apenas 0,9% por ano, cifra insuficiente para zerar os tombos anteriores. O que está em jogo não é mais uma estatística mirrada, como tantas outras do Brasil. Trata-se da capacidade de o país continuar crescendo com vigor. O crescimento da economia na última década ocorreu graças à incorporação de milhões de pessoas ao mercado de trabalho e à forte demanda internacional por nossos produtos.”

 

Fontes: Estadão – veja também em https://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/04/140416_economist_produtividade_pai_mm.shtml e Exame: https://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1025/noticias/agora-vem-a-parte-mais-dificil

TQC – Total Quality Control  – Kaoru Ishikawa – Im&c 86

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