O número de patentes depositadas no Brasil em 2015 permaneceu estável em relação a 2014, segundo o Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI). Foram 33.043 pedidos no ano passado e 33.182 em 2014. Para Júlio César Moreira, diretor de patentes do INPI, o resultado reflete a instabilidade do país.
“A inovação é um investimento de risco e quando você tem um cenário indefinido, ela tem uma diminuição direta”, disse ele. Dos registros feitos em 2015, quase um terço (10.303) veio de empresas dos Estados Unidos. Os brasileiros depositaram 7.344 patentes. Pessoas físicas fizeram 55% dos depósitos totais de patentes.
Para o advogado Otto Licks, o número de depósitos no país é muito baixo em relação ao resto do mundo. Na China, são um milhão de pedidos por ano. Nos Estados Unidos, foram quase 300 mil em 2015.
Um dos problemas no Brasil, diz ele, é a demora na avaliação dos pedidos, o que desestimula estrangeiros e faz com que brasileiros procurem outros países. “A média fica entre quatro e cinco anos, mas tem empresa com processos há 15 anos. No mundo, isso acontece entre dois e três anos”, disse.
(Valor Econômico)