Uma PEC para gestão
Artigo do nosso colega da Academia Brasileira da Qualidade, ABQ, Guaragna, sobre o tema atualíssimo da PEC e sua correlação com a tão necessária Gestão Eficaz e competente. Guaragna contribui nesta oportunidade para o nosso blog Gestão & Resultado, veja a seguir:
“Um grande passo está para ser dado. A aprovação da PEC 241, que cria um teto para os gastos públicos, limitando-os a que não superem a cada ano o valor gasto no ano anterior acrescido da inflação. Regra esta definida para os próximos 20 anos. Importantíssima medida para um país de tradicional gastança. Mas será isso suficiente? Sem dúvida necessário, mas ainda insuficiente. É preciso não apenas pôr um teto no gasto, mas também qualificar esse gasto.
Como é possível qualificar um gasto? Implementando medidas de gestão sobre eles. Ou seja, para cada tema/área importante, definir compromissos que devem ser atendidos pelos responsáveis por estes temas/áreas de atuação, olhando o país de cima, vendo a floresta e não as árvores apenas. Precisamos agora de uma visão clara de futuro que seja suprapartidária, de nação, simples, mas com significado para cada um de nós, que motive a sua busca e engaje a sociedade. Sabemos o que queremos quando estamos num grupo menor, ou no convívio de nossas famílias. Quem não deseja melhor educação, saúde, segurança, oportunidade de trabalho, qualidade de vida para si e seus familiares, justiça célere neste país? Todos, acredito, mesmo sendo de partidos políticos que não da situação.
Aprendi que, sem objetivos e metas, não há progresso. E que, sem métodos e gestão, as metas não acontecem. Fazer o certo agora, tão logo a PEC fiscal seja aprovada, é definir uma visão de futuro com objetivos e metas claras para cada um dos temas relevantes, inserindo essas obrigações numa PEC, agora de gestão. Poucas, mas relevantes metas. Metas para educação, saúde, segurança, economia, infraestrutura, qualidade de vida das pessoas, pois esta é a missão daqueles que governam um país.
A PEC fiscal requer o complemento da gestão, pois os recursos para investimentos são escassos e poderão precisar também de aprimoramento nas parcerias público-privadas (PPPs), além da reforma da Previdência. A “máquina pública” deve se curvar às metas e se dedicar ao seu cumprimento. Desta forma, a classe política agregará valor a nossa sociedade. Agora é a hora de trabalharmos uma PEC para a gestão”.
Eduardo Vieira da Costa Guaragna: Engenheiro, mestre em Administração, membro da Academia Brasileira da Qualidade (ABQ), articulista do jornal Zero Hora de Porto Alegre – RS.