2017 recomeça, Grandes Desafios – repensando a busca da produtividade

O ano, como sempre, resiste a iniciar verdadeiramente – férias, greves, feriados, carnaval e outras manifestações lúdicas, além é claro do imobilismo político fruto das traquinagens dos políticos brasileiros. Nessa ótica e apesar da lentidão ditas normais de início de ano acredito que já podemos avaliar de forma ainda precoce o processo de gestão das prefeituras. Em São Paulo, o prefeito Dória causa espanto com sua forma mais pragmática e empresarial de ver e atuar a coisa pública, ou seja, o compromisso com a produtividade vai além das diferenças entre o público e o privado. Suas ações tem provocado certo frisson na cidade especialmente junto a mídia que de olhos bem abertos acompanha os fatos com certo espanto. Centenas de outros prefeitos pelo Brasil em sua imensidão ainda estão feitos “cachorros perdidos de mudança” , frase muito popular no interior de Minas Gerais.

Reviramos nossos arquivos e selecionamos uma experiência recente perfeitamente adaptável ao modelo das prefeituras.   Trata-se de uma consultoria nossa ocorrida alguns anos atrás no então IDEMA, órgão do governo do RN dedicado ao processo de Meio Ambiente/Sustentabilidade, com apoio fundamental da especialista Maria Anelise. A proposta do trabalho era a de promover a modernidade gerencial e aumentar a produtividade do órgão através da educação e capacitação gerencial a partir da gestão da qualidade e de um plano estratégico focado nos resultados pretendidos pela alta administração do órgão representada pelo grande conhecedor das causas da sustentabilidade, Dr. Eugênio Cunha.

Da mesma forma, como também acontece na gestão municipal, a troca de governo e suas mudanças nos níveis intermediários e operacionais comprometem sobremaneira a continuidade dos projetos e dos programas estabelecidos na maioria dos órgãos públicos – não é diferente em uma prefeitura municipal típica.

Vamos usar este modelo adpatado para que os gestores (prefeitos e secretários) capixabas ou de qualquer canto deste nosso país (nos mais de 5.570 municípios – IBGE 2013) possam refletir e agir no ambiente do serviço público municipal. Vejamos o desafio a partir do quadro abaixo fazendo as devidas adequações:

GAF_2017.03.18_21h20m13s_001_As  10 regras de ouro do quadro PRODUTIVIDADE E RESULTADOS foram estabelecidas para o ambiente empresarial (A Arte da Estratégia, de Carlos Alberto Júlio), aqui adaptadas na forma livre para o ambiente da gestão pública. Experimente fazer a troca: onde se lê IDEMA, coloque a sua empresa ou entidade pública, de preferência, para uma prefeitura municipal, foco do nosso artigo,  que no geral, vive grandes dificuldades na área da gestão estratégica e de resultados aos cidadãos, ou clientes.

Apesar da simplicidade das 10 regras é preciso também considerar que a maioria dos gestores não tem disciplina, tempo e até mesmo competência mínima para coloca-los em prática, infelizmente.

O segundo quadro complementa a visão das 10 regras com o objetivo de consolidar a busca de resultados reais para a organização.

Numa visão simplificada podemos resumir na famosa expressão – onde estamos (como estamos) e onde queremos (e devemos) chegar e como chegar.

Esse exercício de planejamento requer abertura mental e liderança pela alta administração (ou seja pelo prefeito e seus secretários, por exemplo).

GAF_2017.03.18_21h22m04s_002_

Na vida real, e apesar das formulações objetivas e de fácil entendimento temos um percentual alto de decepções com nossos gestores que dizem não ter tempo para cuidar de uma visão correta e positiva do futuro da sua organização. Aqui declaramos nossos votos de sucesso, novamente, ao prefeito de São Paulo que sente-se determinado, com trabalho e dedicação, a mudar o paradigma da ineficiência e da politicagem do atraso que reina em nosso Brasil.

Concluindo, os quadros apresentados exigem dedicação profunda a partir de treinamentos sistemáticos para 100% dos colaboradores e um compromisso total com o controle dos processos, procedimentos, metas e objetivos como descrito no item 6 do primeiro quadro: CONTROLE É FUNDAMENTAL, O TEMPO TODO.

Como dizia Deming (Out of the Crisis), “Eu nunca disse que a produtividade seria fácil, mas com comprometimento e dedicação será factível”.

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