Veio ao ES a 3 ou 4 anos atrás, o Superintendente do Parque Tecnológico de Itaipu, Sr. Juan Sotuyo, para proferir uma belíssima palestra na FINDES abordando as dificuldades que um grande projeto encontra para se viabilizar.
Naquela ocasião discutia-se (e ainda hoje se discute) as dificuldades que estávamos encontrando para a implantação do nosso Parque Tecnológico do ES. A comunidade científica capixaba, empresários e especialistas no assunto sabem muito bem das idas e vindas e de todas as dificuldades deste empreendimento – já são mais de 20 anos de lutas com acertos, propostas, revisões, imprevistos, reviravoltas e tantas outras dificuldades não classificadas.
Em meio à sua explanação, clara e objetiva, destacou-se o que poderíamos chamar de “comportamentos potencialmente destruidores de grandes projetos” e também de organizações e até empresas… porque não?
Foram listados os 3 comportamentos mais letais no que diz respeito a busca de viabilização de ideias, projetos e de grandes objetivos. Conforme mostra nossa figura. Veja os nossos comentários aos ensinamentos de Sotuyo:
1 – Vaidades Pessoais e Institucionais – O quanto de “holofote” o projeto ou organização pode propiciar ao(s) comandante(es)? A visibilidade e o “ego inflado” pode ser de grande incentivo para aqueles que teimam em usar a oportunidade para aparecer no palco das vaidades alucinantes. Neste caso, os objetivos do projeto ou da organização ficam, infelizmente em segundo ou terceiro plano.
2 – Lutas pelo Poder – “Manda quem pode, obedece que tem juízo” – com este lema criamos ilhas de poder, ou melhor, criamos um arquipélago de donos egocêntricos de setores, departamentos, diretorias e outras divisões que não se comunicam. A questão é exatamente esta, a obsessão pelo poder divide e desconstrói o trabalho de equipe destruindo a necessária sinergia para a obtenção de resultados.
3 – Interesses Pessoais não Declarados – Transparência nem pensar!!! Comportamento dos mais danosos e também dos mais terríveis pois pode estar ligado a uma intenção séria de busca de vantagens para o reforço de interesses particulares de pessoas ou grupos. Nesta ponta prevalece a esperteza no sentido antigo do “passar a perna” nos colegas, sócios, colaboradores e etc em proveito próprio e ou de seu grupo.
Como os objetivos máximos do projeto são a nossa verdadeira razão de trabalhar e fazê-los acontecer, nesta situação abordada, tais objetivos acabam ficando em plano inferior dificultando sobremaneira a sua consecução.
Voltando ao nosso velho lema, “tudo vem das Pessoas”, de Tom Peters. O fracasso dos projetos também pode ser atribuído às pessoas que ainda não sabem diferenciar conhecimentos que criam muros ou que poderiam criar pontes.
Acredito que se dominarmos tais comportamentos alterando e modificando a forma de realizar as coisas dentro do mais alto espírito de colaboração, competência, coragem e caráter (4C’s), poderemos chegar aos resultados coroados de sucesso pleno e duradouro.
O que você acha?