A Universidade do Minho, Portugal, acaba de publicar a 2ª. edição do relatório WSQ – World State of Quality, classificando o status da Qualidade em 110 países. Esta instituição coleta diversos indicadores e os agrupa segundo a sua relevância para a mensuração da qualidade nos países, podendo servir para elevar a consciência sobre os pontos fortes e também identificar oportunidades de melhoria nas ações de desenvolvimento da qualidade.
A avaliação consiste no uso dos dados mais atuais disponíveis, em forma de indicadores, em 10 dimensões: organizações, profissionais, pesquisa, educação, saúde, competitividade, coesão social, sustentabilidade, inovação & empreendedorismo e satisfação. Cada dimensão é composta por um ou dois indicadores, totalizando 16. O escore final de cada país é calculado considerando a média da sua posição no ranking em cada dimensão.
O Brasil se situa na triste 59a. posição, no penúltimo grupo, “atrasado” (faixa de 49 a 70), apenas à frente do grupo “começando”, constituído por países da África e da Ásia Central (71 a 110). Os grupos mais bem colocados são “liderando” (11 países), “seguidor” (faixa 12 a 28) e “moderado” (29 a 48).
Lideram o pelotão os países escandinavos, Suiça, Holanda, Reino Unido, Alemanha, Áustria, Irlanda e Austrália. A título de comparação, a Argentina está na 50a. posição e o Peru na 55a., todos na faixa “atrasado”, como o Brasil. Na faixa acima (nível “moderado”) estão Chile (35), México (41) e Uruguai (44). Japão, EUA e Canadá estão respectivamente nas posições 12, 14 e 15, na faixa “seguidor”, e a China na 42 (“moderado”)
Examinemos agora os números sobre o Brasil. As melhores posições são ranqueamento 16 no Índice de Felicidade (que se reflete na dimensão satisfação) no ranqueamento 26 no número de membros da IAQ -International Academy for Quality (que mede o nivel profissional) e na posição das universidades em rankings internacionais de pesquisa (32). Este é apenas um destaque em três indicadores, em que o País aparece ao menos numa posição razoável.
Os piores resultados nacionais se referem ao Índice de Gini (103), afetando o desempenho na dimensão coesão social, ao nível de desemprego (92), afetando a dimensão satisfação das pessoas e aos resultados quanto à facilidade de fazer negócios (86), impactando a dimensão inovação e empreendedorismo. Todos os três já são de conhecimento geral, tendo sido esse mau desempenho identificado por várias outras fontes.
Qualidade é isso. Mais que um produto e serviço se traduz pela qualidade de vida de um povo. Sem competitvidade e inovação não há manutenção de renda, crescimento econômico, emprego. Sem incentivo, ambiente, recursos e educação, não há inovação e empreendorismo. Observa-se, pois, a situação desesperadora do País no Mundo, que indica para o próximo Governo uma série de prioridades, como a redução da desigualdade através da inclusão social, a criação de empregos, e a melhoria do ambiente de negócios com a simplificação da burocracia, reforma do regime tributário e outras ações que não se limitam a apenas quatro anos de governo.
É preciso recomeçar, seguir na direção certa, com persistencia e sempre. Não tem bala de prata.
fonte: www.abqualidade.org.br
Eduardo Guaragna, Diretor Presidente da ABQ – Academia Brasileira da Qualidade , Basilio Dagnino, Membro do Conselho Consultivo e ex-Presidente da ABQ – Academia Brasileira da Qualidade
EM TEMPO… ABQ CONVIDA!
Para este ano, o Evento Nacional do Seminário Qualidade Século XXI, na sua 6ª edição acontecerá no dia 6 de novembro no Espaço Nobre da FIESP, no período das 08h30 às 14h00, abordando o tema O IMPERATIVO DA GOVERNANÇA SUSTENTÁVEL e seu papel na construção da competitividade das organizações brasileiras.
Aguardamos sua inscrição para o dia 6 de novembro presencialmente (mediante convite) ou participando via web, para junto com a ABQ engajar-se neste esforço de retomada do país num momento tão relevante.