FNQ Ano 28: 8 lições para o Brasil 2020
Por Jairo Martins, presidente executivo da FNQ
Longe de querer plagiar Yuval Harari, autor do best seller “21 lições para o século 21”, pois o mundo tem um pouco mais de 80 anos para absorver, aplicar e evoluir com essas lições, diferentemente do Brasil, que precisa recuperar as perdas de quase duas décadas de má gestão para “ontem”. Utilizo-o apenas como referência para demonstrar o abismo que nos separa do mundo desenvolvido.
Qualquer empreendimento humano, seja público ou privado, com ou sem fins de lucro, é responsável por um processo de transformação de recursos em valor para a sociedade. Para executar esse processo, de forma eficaz e eficiente, são necessários clareza de propósito, organização estruturada, recursos e insumos disponíveis, processos e fluxos claros, pessoas treinadas, tecnologia adequada e, principalmente, capacidade de adaptação, face aos cenários e às responsabilidades que mudam de forma acelerada, em decorrência da escassez de recursos, da mudança climática, do crescimento da população e da evolução tecnológica. É papel da gestão, exercida por uma liderança competente, orquestrar todas essas variáveis, para que os recursos sejam empregados para o bem-estar coletivo, em âmbito mundial.
O fato é que não se consegue conceber como um País como o Brasil, que tem recursos naturais abundantes, clima amigável e solo fértil, que produz o ano inteiro, ainda tenha pessoas que passam fome, com saúde precária e educação sofrível, com índices alarmantes de desemprego e criminalidade, além de ser um dos mais corruptos do mundo.
O que fizemos nesses mais de 500 anos de vida? Por que deixamos o País enveredar por caminhos tortuosos, entrando em uma crise de ética tão alarmante, que redundou na atual crise socioeconômica? Ora, acontecimentos são sempre relações de causas e efeitos. Sucesso é a combinação harmônica de relações de causas e efeitos. Crise ou fracasso é a precipitação desestruturada de relações de causas e efeitos.
Não há dúvidas de que a mediocridade política aliada à conivência e à conveniência dos empresários e dirigentes e à apatia da sociedade foram as grandes responsáveis por este estado de coisas. A má qualidade da gestão do nosso País é a causa-mor do nosso estado de indigência generalizada.
Na data de 11 de outubro de 2019, a FNQ – Fundação Nacional da Qualidade – completou 28 anos. Ao invés de comemorar quase três décadas de existência, cumprindo o seu papel de disseminar, capacitar e instrumentalizar as organizações para que se transformem e gerem valor para os brasileiros, por meio da Plataforma MEG – Modelo de Excelência da Gestão®, vemos, com tristeza, o descaso com o qual a gestão é tratada no nosso País.
Como não é da nossa índole desistir face às dificuldades, desde a nossa criação em 11 de outubro de 1991, quando houve a abertura da economia brasileira, a FNQ renova o seu propósito para que o Brasil encontre o rumo do desenvolvimento sustentável por meio da gestão.
Nesse sentido, como 2019 já é um caso perdido, a FNQ deixa aqui “8 lições para o Brasil 2020”:
1. Liderança Transformadora – atuar de forma ética, inspiradora, exemplar, mobilizadora e comprometida, olhando o curto prazo, porém, trabalhando para construir o futuro;
2. Pensamento Sistêmico – compreender e tratar as interdependências entre os diversos componentes que constituem o País, bem como no contexto global;
3. Compromisso com as partes Interessadas – estabelecer pactos duradouros com todos os integrantes das suas redes de relacionamento, internas e externas, compreendendo as suas necessidades e agindo de forma coletiva e colaborativa;
4. Desenvolvimento Sustentável – ter responsabilidade e compromisso em responder pelos impactos das suas ações na sociedade e no meio ambiente, executando ações proativas e reparadoras;
5. Orientação por Processos – buscar sempre a eficiência e a eficácia na execução das atividades e das ações, melhorando a produtividade das organizações e a competitividade do País, criando um ambiente favorável ao desenvolvimento;
6. Adaptabilidade – ser agente de transformação, executando mudanças em tempo hábil, com discernimento e bom-senso, face às demandas das partes interessadas e as mutações de cenários;
7. Aprendizado Organizacional e Inovação – ser protagonista para buscar e alcançar novos patamares de competência, por meio do compartilhamento de conhecimento e da criação de um ambiente propenso à inovação;
8. Geração de Valor – alcançar resultados econômicos, sociais e ambientais, que se sustentem ao longo do tempo, respeitando os preceitos da ética e da diversidade.
Para que o nosso País encontre, definitivamente, o caminho da prosperidade, esperança de todos os brasileiros, sem exceção, essas “8 Lições” devem ser aprendidas e praticadas por todos, cidadãs, cidadãos, políticos, governantes, empresários, líderes e dirigentes, enfim, por aqueles que querem o sucesso do Brasil.
Não há mais espaço para “esperar para ver”, pois é tempo de “arregaçar as mangas e fazer”.
Essa atitude transformadora de cada um dos que aqui vivem seria o melhor presente que a FNQ desejaria receber nos seus 28 anos de idade.
veja: www.fnq.org.br |
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