Tudo começou lá pelos anos 60/70 em sua plenitude. O Brasil vinha de ser campeão do mundo no futebol em 58 e já carimbava o título de 1962 no Chile, o homem pisava na lua em 1969 e chegamos ao tri campeonato mundial de futebol de 1970 no México. Em meio a tantas conquistas e novidades que povoaram a cabeça do adolescente, entrei no Minas Instituto de Tecnologia, o MIT de Gov. Valadares, Minas Gerais, em 1970 para cursar Engenharia Mecânica.
Tratava-se de uma promessa cumprida, feita ao meu pai, Francisco A. Ferreira chamado pelos amigos de “Chiquinho Meu Nêgo”. Sempre comento que o meu saudoso pai era um trabalhador analfabeto com um nível cultural elevadíssimo. Liderou, por exemplo, a construção de uma ponte sobre o Rio Zé Pedro no distrito de Assaraí, município de Pocrane MG, sem nunca ter nenhuma prática de engenharia civil. Trabalhou como madereiro e transportou milhares de sacas de café durante anos para o estado do Rio de Janeiro, entre muitas outras atividades desafiadoras para um homem que vencia a cada dia suas dificuldades com maestria, trabalho duro e caráter firme.
Este desenho feito na técnica “bico de pena” retrata o “Seu Chiquinho” no ano de 1935 na cidade de Manhuaçu em MG. Ele sentado ao volante posa junto com amigos para uma fotografia, logicamente, em preto e branco. A captura, em Nankim, foi realizada em 1998.
Menino sonhador, eu “matutava” o tempo todo com aquela afirmação do Seu Chiquinho: Você meu filho, vai estudar e se formar engenheiro. Vamos lutar para que isto aconteça, com todas as nossas forças. Minha ideia, de criança, daquela “engenharia” era outra. Veja o que se passava na minha cabeça:
Imaginava, como no desenho, que ser engenheiro era tomar conta de um clássico engenho de cana de onde se retirava o caldo da cana (garapa) para produzir a rapadura. Parecia divertido, mas a realidade era outra.
Você pode imaginar que houve e há ainda uma ligação muito forte com a luta pela sobrevivência e crescimento pessoal com a dedicação à arte plástica e suas diversas formas de expressão. As experiências foram se multiplicando ao longo do tempo e esta caminhada está fortemente ligada aos trabalhos que estaremos exibindo nesta exposição em Colatina.
Aqui no Espírito Santo o destaque vai para o tempo que trabalhei na então CIA. SIDERÚRGICA DE TUBARÃO – CST onde pude aplicar minha vocação pelo desenho nas minhas atividades profissionais, em especial, na implantação do TOTAL QUALITY CONTROL – TQC, com ajuda da Kawasaki Steel Co. – KSC. A produção de livros, apostilas e treinamentos foram determinantes na implantação e resultados de produtividade do TQC. Na foto abaixo seleciono duas gravuras deste período de ouro para todos nós que lutamos pela Qualidade Total através dos Círculos de Controle da Qualidade, CCQ’s e do Movimento Zero Defeito.
A história completa será contada durante a abertura da exposição SINERGIA & ARTE a ser realizada na terça feira, 19 de Abril, em Colatina ES – Convite do amigo e também engenheiro, Guerino Balestrassi, prefeito dessa belíssima cidade. Veja o convite abaixo:
A nossa exposição estará funcionando até o dia 6 de maio na Biblioteca Municipal Thelmo Motta Costa. Contamos com sua visita.
Agradeço antecipadamente aos amigos Buffon, Adilson Vilaça, Amanda e a minha amiga e companheira do Rotary Club de Vitória, Ana Luzia.