SINTOMAS DE EMPRESAS DOENTES

Empresários e dirigentes experientes sabem bem que as empresas alternam bons e maus momentos ao longo do seu ciclo de vida. Como qualquer organismo vivo, elas tem momentos de saúde plena, quando tudo dá certo, os resultados aparecem, o dinheiro se ganha, o clima interno é ameno, as pessoas buscam suas realizações e o ambiente de trabalho é saudável e cordial.
Há, porém, aquelas fases em que nada dá certo e se sente que alguma coisa não vai bem, mas é difícil caracterizar o mal-estar, porque os sintomas são difusos e pouco claros ao observador menos treinado.
Com base em excelente trabalho de Fordyce e Weil, em seu livro “Managing With People”, é possível ajudar o administrador interessado a avaliar o estado geral de sua organização para depois dar a ela o tratamento de que carece para voltar aos seus melhores momentos. Abaixo, alguns sintomas de uma empresa de saúde abalada:

A não ser os dirigentes, nos escalões mais altos, as pessoas que trabalham numa empresa doente não estão “ligadas” nos objetivos da empresa.
Elas vêm as coisas indo mal e ninguém se mexe.
Os colaboradores em todos os escalões resistem e não aceitam as mudanças.
Ninguém se oferece como voluntário para nada.
Os erros cometidos são habitualmente escondidos ou abafados.
Os problemas da empresa só são discutidos fora da empresa ou do trabalho.
O status dos indivíduos e dos grupos e as posições no organograma são mais importantes do que os problemas da Empresa.
O relacionamento entre as pessoas é formal e frio.
Por alguma razão, as políticas, instruções e ordens não parecem ser cumpridas como devido.
Sentimentos e anseios pessoais são vistos como de importância secundária.
As pessoas competem ao invés de colaborar. São muito ciumentas de suas áreas de responsabilidade. Ninguém oferece ajuda e pedi-la é inconcebível.
Quando acontece algum problema, todo mundo se encolhe, olha para o outro lado e culpa os outros.
O conflito é geralmente camuflado.
As pessoas não pedem ajuda aos colegas para aprender com eles e é preciso aprender com os próprios erros. A experiência dos outros não vale. Não se dá “feedback”.
As relações entre pessoas são contaminadas por rótulos e aparências. O “outro” é sempre uma ameaça.
“Vivo” é quem não corre riscos. Não se faz, não se erra.
Os chefes precisam controlar tudo muito de perto, para garantir resultados
O Organograma e os procedimentos administrativos embaraçam a organização ao invés de ajudar.
Viva a tradição! Mudar, nunca!
“Não tenho nada com isso. A responsabilidade por salvar o navio é “deles” !
A lista dos sintomas poderia continuar, mas qualquer empresa que apresente este perfil está, decididamente, precisando de socorro urgente. É claro que nem sempre os sintomas são tão claros e evidentes e nem sempre a organização sofre de todos este males ao mesmo tempo. Mas é preciso que os dirigentes estejam permanentemente atentos para o que vai pelos corredores e salas, para que possam agir assim que percebam que os problemas vão aparecendo.
Frequentemente, o maior problema não está na lista acima e, sim, nos próprios dirigentes, que ficam cegos para os acontecimentos porque estão imersos no dia-a-dia e/ou que não tem sensibilidade ou experiência suficiente para perceber a gravidade das situações que vão surgindo e nada fazem até que sua empresa fique muito doente.
O importante é não deixar de continuamente olhar para a organização e para o que está acontecendo com ela. O mundo gira e o que estava bem ontem, pode estar fraco hoje e doente amanhã. Ao dirigente qualificado incumbe estar permanentemente atento, criando as condições essenciais para a manutenção da saúde organizacional de sua empresa.

Artigo enviado pelo nosso amigo e colaborador Edson Miranda: Fonte: https://www.marciobamberg.com.br

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