Um governo não pode ser melhor que a organização que comanda.
C. Matus (em Adeus, Senhor Presidente)
O Planejamento Estratégico e Situacional, sistematizado originalmente pelo Economista chileno Carlos Matus[1][1], diz respeito à gestão de governo, à arte de governar. Quando nos perguntamos se estamos caminhando para onde queremos, se fazemos o necessário para atingir nossos objetivos, estamos começando a debater o problema do planejamento. A grande questão consiste em saber se somos arrastados pelo ritmo dos acontecimentos do dia-a-dia, como a força da correnteza de um rio, ou se sabemos onde chegar e concentramos nossas forças em uma direção definida. O planejamento, visto estrategicamente, não é outra coisa senão a ciência e a arte de construir maior governabilidade aos nossos destinos, enquanto pessoas, organizações ou países.
O processo de planejamento portanto diz respeito a um conjunto de princípios teóricos, procedimentos metodológicos e técnicas de grupo que podem ser aplicados a qualquer tipo de organização social que demanda um objetivo, que persegue uma mudança situacional futura. O planejamento não trata apenas das decisões sobre o futuro, mas questiona principalmente qual é o futuro de nossas decisões.
Chileno, Carlos Matus foi Ministro do Governo Allende (1973) e consultor do ILPES/CEPAL falecido em Dezembro de 1998, ministrou vários cursos no brasil nos anos noventa (Escolas Sindicais, IPEA, Ministérios, Governos Estaduais e Municipais). Criou a Fundação Altadir com sede na Venezuela para difundir o método e capacitar dirigentes. Introduzido no Brasil a partir do final dos anos oitenta, o PES disseminou-se e foi adaptado amplamente nos locais onde foi utilizado, particularmente no setor público.
Vivemos o tempo do caos financeiro no setor público municipal: as palavras de ordem são os royalties do petróleo, fundap, paralização de obras, demissões, entre outras menos votadas. Em meio a tudo isto vem o texto acima de Matus, onde destacamos, “A grande questão consiste em saber se somos arrastados pelo ritmo dos acontecimentos do dia-a-dia, como a força da correnteza de um rio, ou se sabemos onde chegar e concentramos nossas forças em uma direção definida.”, ou seja, SERÁ QUE TEMOS MESMO ESTA COISA CHAMADA PLANEJAMENTO em nossas organizações públicas e privadas? Ou será que temos apenas um setor do tipo “para inglês ver”?
Nossas prefeituras, com licença dos nossos amigos prefeitos capixabas, potiguares e todos os outros de todo o Brasil, estão numa situação crítica em termos de planejamento, tanto no sentido filosófico como também no sentido da prática real do mesmo. Temos feito e aplicado um Diagnóstico de Gestão Estratégica em prefeituras brasileiras e o resultado tem ficado abaixo do desempenho médio (ou seria medíocre?). A coisa é de assustar. Neste ambiente, o que surge portanto é uma mobilização permanente de reclamações quando as tetas da vaca secam e param de dar o precioso leitinho das transferências e recursos a fundo perdido.
Aproveitando o ano político eleitoral estaremos aqui no Blog FOLHA VITÓRIA discutindo sobre a EFICÁCIA da Gestão Pública e os seus resultados para a sociedade. Temos muita matéria pela frente. Aguardem!