QUEM É QUEM EM INOVAÇÃO – o paradigma da estratégia da inovação radical

Artigo originalmente publicado no FÓRUM DE INOVAÇÃO da Fundação Getulio Vargas

O autor Evodio Kaltenecker – é responsável pelas funções de estratégia, inovação e marketing B2B em multinacionais americanas e europeias em diversos setores industriais tais como Petróleo & Gás, Energia e Infraestrutura. Possui expertise em planejamento estratégico, inovação, segmentação, CRM, inteligência de mercado e implementação de projetos corporativos. É frequentemente entrevistado pela mídia especializada para opinar sobre assuntos em negócios . Autor do livro “Qualidade Segundo Garvin”. Graduação em Engenharia Metalúrgica pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), M.Sc. em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e MBA pela Harvard Business School. Doutorando em estratégia de internacionalização de empresas e inovação pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Autor do blog estrategiaparatodos, sobre inovação e estratégia.

Evodio aborda um grupo de autores que considera importantes na área de inovação. O autor escolheu Rosabeth M. Kanter, para este post, devido a uma combinação interessante entre a qualidade de seus trabalhos e o enfoque prático de suas abordagens.

“Rosabeth M. Kanter oferece uma visão bastante pragmática sobre o processo de inovação, seja em empresas, países e organizações não-governamentais. Consultora internacional, professora de Harvard Business School e autora influente, ela desenvolve há vários anos livros e artigos sobre gestão de processos de mudança, estratégia, sustentabilidade, liderança e inovação. Dentre seus textos que mais me agradam, está o artigo da Innovation: The Classic Traps (Harvard Business Review 84, no. 11, Novembro 2006)”. Neste artigo a Profa Kanter apresenta o argumento que as empresas que falham na implementação de seus processos de inovação cometem erros em pelo menos uma das seguintes áreas: estratégia, processos, estrutura e competências.

Os erros de estratégia ocorrem quando as organizações criam a expectativa que todas as inovações que ocorrerão terão o mesmo impacto que o Walkman (anos 80), computador pessoal, Prozac, ou iPad. As empresas criaram um problema auto infligido porque construíram barreiras muito altas para seus processos de inovação, ao mesmo tempo em que colocaram escopos muito reduzidos para eles. Na opinião da Profa Kanter, a solução está em ampliar o escopo da inovação, buscando não apenas produtos que causarão rupturas ou mudarão nosso modo de viver. As organizações deverão esperar que algumas inovações causem apenas mudanças incrementais, como consequência natural do processo de geração e implementação de idéias. Certa vez ouvi um comentário (brilhante!), que a melhor forma de ter uma boa ideia é ter muitas delas. Algumas proporcionam melhorias incrementais, muitas não causam grandes impactos porém algumas poucas causam revoluções. Quando uma empresa (ou executivo) achar que um processo de inovação será bem sucedido somente se gerar produtos e serviços que mudarão a forma de vivermos (como os exemplos citados acima), estará cometendo um erro estratégico.

Erros em processos ocorrem quando as empresas colocam controles muito rígidos para ideias e produtos ainda em fase inicial. Orçamentos pobres, aversão ao risco e metas rígidas não combinam com experimentação. A solução natural será adicionar alguma flexibilidade ao processo de planejamento e controle quando uma empresa busca inovar.

Por outro lado, os erros em estrutura ocorrem quando existem conexões muito fracas entre as áreas de negócios e o processo de inovação; “conexões frouxas e separação firme”, segundo Kanter. O remédio aqui é criar canais de comunicação, formais e informais, entre a equipe de gestão do processo de inovação e as linhas de negócios existentes.

Por fim, os erros de competência, que surgem quando a liderança envolvida no processo de inovação pode até possuir conhecimento técnico, mas não possui as capacidades de liderança e comunicação, necessárias aos processos de inovação. No fim das contas, inovação significa a coexistência de um negócio tradicional com uma ideia e/ou produto embrionário, o que gera conflitos na busca por recursos internos, talento e tempo. Na minha opinião, os erros de competências são os mais fáceis de solucionar, porque a liderança em inovação é mais dependente de pessoas do que tecnologia e capital.

Finalizando, o ponto que me torna muito interessado no trabalho do Profa Kanter é que ela escreve para o executivo que gerenciará o processo de inovação e por isto mesmo ela possui um enfoque bastante prático, focado na solução de um problema real”

Leia este e demais posts sobre inovação e estratégia no blog

estrategiaparatodos.wordpress.com

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