A CRISE E O HOT DOG

QUEM MEXEU NO MEU CACHORRO QUENTE, OU A CRISE DO HOT DOG

Meados da década de 90 (não me lembro da data específica) eu estava em São Paulo em visita técnica a Volkswagen do Brasil, sendo recepcionado pelos grandes amigos Luiz Carlos Gianello e Márcio Migues. Naquele momento as atenções se voltavam para as questões da Qualidade Total, Círculos da Qualidade e demais técnicas, ditas na época, de origem japonesa.

Estando no centro da metrópole paulista me dirigi a uma copiadora para providenciar cópias de documentos e algumas apostilhas. Observei junto ao balcão da recepção um texto já meio amarelado falando sobre um tal de Hot Dog e a Crise. A leitura foi rápida e muito interessante pois encaixava-se perfeitamente a tudo que estávamos ouvindo e assistindo na mídia naquele momento.

A inflação dos anos 80, em especial no governo Sarney provocou grandes alternações na vida dos brasileiros. Os anos 90 começaram com instabilidade, e confisco de poupanças do presidente Fernando Collor. Os negócios escusos de Collor mais tarde levariam milhares de jovens (mobilizados por uma forte campanha de mídia) a criarem o movimento “Caras Pintadas” e pedirem seu impeachment.
Em meio a tudo isto surgiu este belo texto escrito no final dos anos 50. Veja, e avalie sua aplicabilidade aos dias de hoje:

“Um homem vivia à beira de uma estrada e vendia cachorro quente. Ele não tinha rádio, não tinha televisão e nem lia jornais, mas produzia e vendia o melhor cachorro quente da região. Ele se preocupava com a divulgação do seu negócio e colocava cartazes pela estrada, oferecia o seu produto em voz alta e o povo comprava e gostava.

As vendas foram aumentando e cada vez mais ele comprava o melhor pão e a melhor salsicha. Foi necessário também adquirir um fogão maior para atender a grande quantidade de fregueses. E o negócio prosperava a olhos vistos. Seu cachorro quente era o melhor!

Vencedor, ele conseguiu pagar uma boa escola ao filho. O menino cresceu, e foi estudar Economia numa das melhores Faculdades do país.

Anos depois, finalmente, o filho já formado, voltou para casa, notou que o pai continuava com a vida de sempre, vendendo, agradando e prosperando e teve uma séria conversa com o pai:

– Pai, então você não ouve radio? Você não vê televisão? Não acessa a Internet e não lê os jornais? Há uma grande crise no mundo. A situação do nosso País é crítica. Está tudo ruim. O Brasil vai quebrar.

Depois de ouvir as considerações do filho Doutor, o pai pensou: _ Bem, se meu filho que estudou Economia na melhor Faculdade, lê jornais, vê televisão e internet, participa de redes sociais, e acha isto, então só pode estar com a razão, a coisa deve estar feia mesmo!

Com medo da crise, o pai procurou um Fornecedor de pão mais barato ( e é claro da pior qualidade).

Começou a comprar salsichas mais barata (que era, também, a pior). Para economizar, parou de fazer cartazes de propaganda na estrada.

Abatido pela noticia da crise já não oferecia o seu produto em voz alta. Tomadas essas ‘providências’, as vendas começaram a cair e foram caindo, caindo e chegaram a níveis insuportáveis e o negócio de cachorro quente do velho, que antes gerava recursos até para fazer o filho estudar Economia na melhor Faculdade… quebrou.

O pai, triste, então falou para o filho: – ‘Você estava certo, meu filho, nós estamos no meio de uma grande crise. ‘e comentou com os amigos,orgulhoso:

– ‘Bendita a hora em que eu fiz meu filho estudar economia, ele me avisou da crise …’

Este texto nos revela uma grande lição: Vivemos em um mundo contaminado de más noticias e se não tomarmos o devido cuidado, essas más noticias nos influenciarão a ponto de roubar a prosperidade de nossas vidas, portanto, cuide-se, liberte-se e lute pelos seus objetivos de forma consistente e permanente”.

O texto original foi publicado em 24 de fevereiro de 1958 em um anúncio da Quaker State Metais Co. Em novembro de 1990 foi divulgado pela agência ELLCE, de São Paulo.

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