O Paraná foi o estado escolhido para abrigar o primeiro Instituto Senai de Inovação. Até junho de 2014, duas unidades começam a operar em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A meta do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) é ambiciosa: criar uma rede de pesquisa e inovação com a implantação de 25 Institutos de Inovação (ISI) e 63 Institutos de Tecnologia até o final de 2014. E o pontapé inicial foi dado na região Sul, nesta terça-feira (17), com a inauguração do primeiro ISI, em Curitiba, que realizará estudos na área de Eletroquímica. O objetivo do ISI é desenvolver pesquisas que possam ser aplicadas pela indústria brasileira e contribuam para o aprimoramento dos produtos e serviços nacionais a ponto de torná-los mais competitivos no mercado doméstico e internacional. A demanda vem da empresa e a gente busca a solução. Isso torna o processo mais efetivo e econômico, resume Marco Secco (na foto, à direita), diretor regional do Senai-PR. No primeiro semestre do próximo ano, uma unidade em Santa Catarina, especializada em mecânica fina, e outra no Rio Grande do Sul, voltada à tecnologia de polímeros, devem começar a funcionar.
A intenção do Senai é criar um ambiente favorável à inovação aproximando os institutos das empresas e das universidades. Para Rafael Lucchesi (na foto, à esquerda), diretor-geral do Senai, o Brasil está historicamente atrasado em termos de sistema de inovação quando comparado aos países do primeiro mundo. Temos uma tradição de indústria imitadora devido ao capitalismo tardio. As crises econômicas das décadas de 80 e 90 também seguraram o investimento nesta área no país, lamenta.O resultado é uma balança tecnológica sempre negativa, na qual o país exporta baixa tecnologia e importa soluções muito mais avançadas. Segundo Lucchesi, além de capital humano e financeiro, é preciso ter uma cultura de mercado que incentive a pesquisa e a inovação. Lá fora, a ciência é que impulsiona a riqueza. Aqui, ainda é preciso criar esta conexão.
De acordo com Secco, o instituto paranaense já negocia parceria com empresas de todo o país. O centro de pesquisas de Curitiba, localizado no Campus da Indústria da FIEP, vai trabalhar sobretudo com as indústrias que tem forte presença no estado, como a indústria automotiva, metal-mecânica, mineradora, de energia, óleo e gás e construção civil.
O ISI aparece também como opção para empreendedores e pequenas e médias empresas que não possuem condições de investir em pesquisa e desenvolvimento. Projetos deste tipo demandam muito tempo e dinheiro. O Senai pode ser um apoio com a estrutura deste laboratório, explica Secco. Entre os equipamentos disponíveis, estão o analisador de cura de filmes que faz uma decupagem do processo de secagem de produtos numa superfície – , voltado para os segmentos de cosméticos e tintas; e o analisador de água, que identifica a presença de componente metálicos em líquidos.
No Paraná, o laboratório com 36 equipamentos exigiu um investimento R$ 8 milhões. A segunda fase do projeto prevê a construção de um prédio que abrigará mais um laboratório e terá espaço para startups e incubadoras. No total, serão quase R$ 60 milhões investidos no instituto paranaense até 2015. Além das unidades esperadas para a metade de 2014, o Rio Grande do Sul deve receber mais um centro de pesquisa de soluções integradas em metal-mecânica. Santa Catarina vai ser sede de outros dois institutos, focados nas áreas de tecnologia laser e de sistemas embarcados. As 25 unidades do ISI planejadas pelo Senai vão receber o investimento de R$ 2 bilhões – 75% deste valor será financiado pelo BNDES.
Fonte: Por Laura DAngelo, de Curitiba – Amanhã on line.
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