DESAFIANDO A CAPACIDADE CRIATIVA – caminhos da Inovação.

Bloqueios da Criatividade

Mantivemos a estrutura do texto do autor, Alberto Dell’Isola, e acrescentamos algumas experiências e considerações práticas que nos foram possíveis durante nossa caminhada profissional e em especial, a nossa experiência com o GAF2013 - _024Total Quality Mangement TQM/TQC e as atividades criativas e inovadora dos Círculos de Controle da Qualidade – CCQ’s. Soma-se à vivência prática os exemplos e ensinamentos adquiridos com a Nippon Steel e mais tarde a Kawasaki Steel, empresas japonesas que praticam os conceitos pertinentes ao texto em ques

BARREIRAS MENTAIS

Devido ao fenômeno da autoeficácia, nós precisamos eliminar todas as barreiras mentais, a mais poderosa é aquela voz em nossa cabeça que fica constantemente nos dizendo diversos motivos pelos quais não somos capazes de fazer algo ou porque nossa ideia não funcionará.

Eugene Raudsepp, autor da série de livros “jogos para crescimento criativo”, apelidou essa voz interior de “ganido-mental”. Certamente, essa voz interna tem grande valor na etapa de avaliação ou julgamento de uma ideia. No entanto, ela precisa ser suspensa durante o processo de geração de novas ideias. O motivo é simples: ao suspendermos a censura durante o processo  de geração de ideias mantemos nossa mente livre e sem medo de julgamento, possibilitando o encontro de muito mais possibilidades e ideias.

COMO MATAR A CRIATIVIDADE – receita infalível…

  • ·    A resposta certa: muitos de nós somos ensinados a sempre encontrar a resposta correta. Em consequência disso, temos pouquíssima prática em gerar o máximo de ideias possíveis. Emile Chartier costumava dizer que “nada é mais perigoso do que uma ideia, quando ela é a única que temos”. As técnicas do Brainstorming e do Método KJ (Kawakita Jiro), entre outras, tem a capacidade de gerar muitas ideias e colaborar na formação de um grande numero de ideias e opções para um tema, tarefa ou projeto em discussão. No caso do KJ, são inúmeras experiências que realizamos em empresas e organizações de vários tipos onde o processo criativo dos participantes, com um tema definido, permite a formação de um conjunto organizado de sub temas muito prático e interessante. Veja a foto:

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  • ·         Isso não é lógico: aplicar algum julgamento lógico durante a criação de ideias é a melhor maneira de limitar o pensamento criativo. Assim, deixe qualquer julgamento para a etapa posterior de avaliação de suas ideias. O importante é não deixar de sistematizar o resultado da geração de ideias no final dos trabalhos numa etapa que denominamos “emoção + razão”. O conjunto das ideias passa no final por um tipo de funil onde ficam as mais importantes e com maior potencial.
  • ·         Isso vai contra as regras: as regras são importantes. No entanto, elas podem levar seu pensamento a um estado de condicionamento. Durante o processo criativo, não devem existir regras, apenas ideias. Picasso, sabendo disso, costumava dizer que “todo ato de criação é, antes de tudo, um ato de destruição”. Destruição das regras e pensamentos que limitam o processo criativo. O bom senso deve prevalecer no que diz respeito as regras e a possibilidade de quebra-las, pois não podemos por exemplo, a título de ser criativo sair por aí desobedecendo todos os sinais de trânsito.
  • ·         Isso não é prático: O questionamento sobre a praticidade de sua ideia é mais um julgamento que se deve evitar. As ideias mais estúpidas podem tornar-se brilhantes, se não forem ceifadas no período de criação. Às vezes, bastam alguns ajustes no período de avaliação para que elas se tornem úteis. Tivemos recentemente uma discussão com um empresário de sucesso no mercado capixaba, sobre uma nova e importante ação de capacitação do seu pessoal de vendas que deveria, pelo bem do tema e ambiente ser feito “fora do quadrado, ou “fora da caixa”. Ele disse que fazer fora da empresa e no sistema de alta interação entre os funcionários seria não muito prático e dispendioso – ou seja, ideia morta no nascedouro, infelizmente.
  • ·         Evite a ambiguidade (posições divergentes): muitas vezes, uma aparente ambiguidade inicial, esconde grandes relações entre as ideias geradas. Ao evitar a ambiguidade, você evita o pensamento divergente e acaba por minar seu potencial criativo.
  • ·         Errar é errado: não é de se admirar que, em uma sociedade meritocrática como a nossa, as pessoas tenham medo de errar. No entanto, conforme dito anteriormente, dificilmente sua melhor ideia será a primeira a surgir em sua mente. Assim, o segredo das pessoas altamente criativas é simplesmente ter milhares e milhares de ideias. Se apenas uma delas for realmente brilhante, errar terá valido muito a pena. Para a dinâmica do processo criativo e inovador focado em resultados, a lei é clara: É permitido errar, pois só erra quem tenta fazer, mas, no entanto,  não é aconselhável permanecer no mesmo erro”.
  • ·         Não seja tolo: não se preocupe em ser tolo ou idiota durante a geração de novas ideias.
  • Não sou criativo: o fenômeno da autoeficácia atinge a criatividade de maneira inacreditável. Assim, como disse Henry Ford: “se você acha que pode ou que não pode, você está certo”. Todos somos criativos e as experiências comprovam tal habilidade.

Um outro grande entrave para o processo criativo é dizer “isso não é da minha área. Assim sendo, não tenho condições de desenvolver nada por aqui”. Muitas das grandes descobertas aconteceram porque um grande especialista invadiu uma área na qual ele não tinha tanto domínio assim. Ainda que a expertise seja importante, às vezes, certas doses de ignorância nos libertam dos paradigmas de CLH que por ventura possam surgir. Daniel Boorstin,  uma vez disse: “O maior obstáculo para o progresso não é a ignorância e sim a ilusão do conhecimento”.

 

Fontes: DELL’ISOLA, Alberto. Mentes brilhantes.  Como desenvolver todo o potencial do seu cérebro.  São Paulo: Universo dos Livros, 2012. FERREIRA, Getulio. Ferramentas de Qualidade e Criatividade, CST-Leoprint Editora, 1986 e Método Clic KJ – Criatividade e solução de problemas, Curso Regular do CEBICT/2012.

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