Aqui um fragmento de manchete da Folha de São Paulo/UOL destacando que o Brasil perde 37% da água tratada. Entretanto, existem outros estudos e levantamentos que mostram que em algumas concessionárias de água e esgoto esta perda pode chegar ao valor de 50% de perdas. Trabalhamos em uma concessionária no nordeste onde este número era uma realidade cruel, pois além das perdas, existiam ainda outras deficiências técnicas e econômicas que obrigavam o governo local a injetar recursos da ordem de 3 ou mais milhões de reais mensais para cobrir o déficit e continuar vivendo.
INFORME DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL – ABES: A situação do Brasil em relação à perda de água tratada é grave. A afirmação é do coordenador do Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (Snis), do Ministério das Cidades, Ernani Ciríaco de Miranda (2009), que afirmou que os números de desperdício de água tratada, “com raras exceções, são sempre muito altos”. Segundo ele, há alguns anos a perda de água no país varia entre 37% e 42%.
Segundo Miranda, uma média de perda de água tratada aceitável para o Brasil seria 25%. Ele explicou que, para isso, o país tem de melhorar o sistema de distribuição à população, o que envolve conserto de vazamentos e solução para o problema da não contabilização de água, seja por roubo, por falta de aparelhos ou por erros de medição.
De acordo com o Snis, transformando o volume de água perdida em dinheiro, o prejuízo chegou a atingir R$ 7 bilhões em 2008. Desse total, 60%, correspondente a R$ 4,2 bilhões, poderiam ser recuperados com maior eficiência no sistema de abastecimento.
Entrevista do economista Gesner Oliveira, Ph.D. pela Universidade da Califórnia em Berkeley e presidente da Sabesp, para o PLANETA SUSTENTÁVEL (agosto 2014), reafirma o conjunto de dados sobre as perdas. Segundo Oliveira, o Brasil desperdiça muita água tratada. Nossa perda média é de 37%. Se o país fosse uma padaria, significaria que, de cada dez pãezinhos assados, estaria jogando 3,7 fora. É muita coisa, sobretudo para uma mercadoria tão vital. Há estados com taxas piores. No Amazonas, as perdas chegam a 70%. No Recife, em Manaus e nos municípios paulistas de Cajamar, Caieiras e Francisco Morato, o desperdício é superior a 40%. A perda média da Sabesp é de 26%, bem menor que a média nacional. Para 2019, a meta é reduzir a taxa para 17%. Ainda assim, ficaríamos acima do padrão internacional considerado bom, entre 10% e 15%.
Nossa realidade mostra que temos, de fato, muitas perdas tanto nas empresas, na distribuição e até mesmo junto ao usuário doméstico. A crise da falta de chuvas que estamos presenciando desde 2014 nos leva a refletir sobre o uso de métodos e meios que possam minimizar os efeitos da escassez grave de água em nossos grandes centros, principalmente.
Destacamos aqui, além de várias iniciativas de reuso, eliminação de perdas, etc, o uso de campanhas do tipo 5S – ferramenta de educação para redução de perdas e melhoria das organizações, onde a empresa TECNOCLEAN (Vila Velha ES) vem implantando internamente e também promovendo um grande processo de conscientização junto aos seus milhares de clientes no estado – o foco, além dos esforços na Higiene e Limpeza, é o de ECONOMIA DE ÁGUA – Veja um dos adesivos que tem sido distribuído para funcionários, amigos e todos os clientes da empresa.
Além dos vários adesivos motivacionais/educacionais a empresa tem feito palestras e cursos abertos aos fornecedores, clientes, terceirizados e parceiros de forma contínua e com alto nível de aprovação pelos participantes.
Ações como estas são bem vindas nesse momento tão crítico para nossa sociedade onde o clima teima em nos deixar sem as providenciais chuvas.
Na maioria das vezes em que a água não é suficiente para abastecer a população, a primeira ação é pensar em aumentar a produção de água ou pedir para a população economizar.
Para a redução das perdas de água as empresas de saneamento precisam realizar é o cadastro dos seus ativos de redes e consumidores. Precisam saber exatamente onde estão enterradas as redes e onde os consumidores estão localizados no mapa. Sem isso, qualquer ação de engenharia é simplesmente empírica, sem a certeza efetiva dos resultados. A nexusbr.com desenvolveu um sistema com código aberto para empresas de saneamento, o qual permite este cadastro. Contou com um financiamento da FINEP, FAPESP e CNPq. Se você é desenvolvedor na área de TI está convidado a utilizar o que já está disponível e a contribuir com melhorias. Se você é empresa de saneamento, não existe mais motivo para não começar. Contem com nosso apoio e cooperação.