DESAFIANDO A CRISE – a vitória dos obstinados.

POR QUE TOYOTA E HONDA VENCEM NA CRISE

IMG_7765Os períodos de crise fazem surgir os verdadeiros campeões. Nos momentos de expansão do mercado, muitos parecem surfar tranquilamente e se beneficiar, sem muita preocupação com clientes, desperdícios e redução de custos, por exemplo. Porém, quando o cliente foge ou se torna mais crítico, as coisas mudam muito.

Parece ser o caso do mercado automotivo no Brasil nos primeiros três meses do ano. As vendas de automóveis tiveram queda de mais de 17% em relação ao ano anterior.

Mas a Toyota e a Honda conseguiram não apenas ampliar sua fatia de mercado, mas também exibir aumentos reais de vendas. Parecem não sentir a crise como outras concorrentes. Tiveram crescimento nas vendas de mais de 12% nos primeiros três meses do ano.

O que faz tais empresas conseguirem esses resultados tão expressivos em um período de enorme declínio?

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AMBAS TEM ESTRATÉGIAS PARECIDAS E SISTEMAS DE GESTÃO SEMELHANTES.

Alguns dos elementos que as tornam tão especiais:

– Obsessão pela QUALIDADE. As duas lideram as pesquisas de satisfação dos clientes, não apenas com os produtos em si e sua durabilidade, como também com os serviços oferecidos pelas concessionárias e elevado valor de revenda.

– Grande preocupação com a EFICIÊNCIA e CUSTOS.

– RELAÇÕES DE CONFIANÇA de longo prazo com concessionárias e fornecedores.

– Estratégia focada em POUCOS PRODUTOS e BAIXOS VOLUMES, com incrementos graduais, para poder garantir os elevados níveis de qualidade e eficiência e também enfrentar as oscilações do mercado.

Desse modo, na contramão do setor, essas duas empresas estão ocupando plenamente a sua capacidade produtiva neste momento e, ainda, estão investindo em ampliações.

Tanto Toyota quanto Honda têm tido uma estratégia consistente de crescimento lento, com foco em VALOR para os clientes, e no desenvolvimento de CAPACITAÇÃO local em manufatura, engenharia etc.

Muitas empresas buscaram copiar os modelos de gestão das duas montadoras. Porém, a mudança essencial na FILOSOFIA DE GESTÃO e no modo de pensar e fazer as coisas ainda não foi feita.

Toyota e Honda não são empresas perfeitas, mesmo porque isso não existe. Mas seus desempenhos recentes contrastam radicalmente com o desempenho de muitas empresas.

Por José Roberto Ferro. Adaptação, ilustração: Ricardo Apolinário

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