Eduardo Guaragna – Presidente da ABQ
Atualmente, embora com menos ênfase, ainda encontramos polarização acerca de práticas ditas capitalistas versus aspectos sociais e de proteção à biodiversidade/meio ambiente. Possivelmente isso se deve às heranças das três revoluções industriais que se sucederam. Todas as revoluções promoveram desenvolvimento industrial, fortalecimento de grandes organizações e benefícios tecnológicos que se traduziram em melhoria na qualidade de vida. Também houve perdas para determinadas categorias profissionais que não adequaram às mudanças, assim como práticas que causaram forte impacto social e ao meio ambiente. De um modo geral novas oportunidades profissionais surgiram e com elas novas perspectivas de crescimento, renda e remuneração. Na agora quarta revolução, dita 4.0, a Digital e de inteligência artificial tomando decisões, a preparação para usufruir destas oportunidades está mais exigente. Sem educação não teremos como fazer frente à inovações e dar este salto. Sem respeito ao meio ambiente e a inclusão social, diminuição da concentração de renda, também não seremos sustentáveis no médio prazo.
Estudos do Fórum Econômico Mundial em 2019 comprovam que há relação entre competitividade, prosperidade compartilhada e sustentabilidade ambiental, mostrando que não há trade-off inerente entre ter competitividade, criar sociedades mais equitativas que oferecem oportunidade para todos e evoluir para sistemas ambientalmente sustentáveis.
Para esta instituição os ganhos de produtividade são os mais importantes para determinar o crescimento econômico no longo prazo. Infelizmente o Brasil tem sido pífio no aumento da produtividade. De 1980 a 2016, cresceu apenas 0,6% ao ano, valor irrisório se comparado aos 4,2% obtidos entre 1950-1980.
A competitvidade do Brasil tem se mostrado incompativel com a sua dimensão geográfica, populacional e econômica, ocupando o país a 71ª posição entre 141 economias avaliadas. Posição afastada dos BRICs e na 8ª posição dentre os países da América do Sul e Caribe.
O que isso signifca? Que não sendo competitvido o Brasil além de não gerar valor econômico, penalisa as pessoas, a sociedade e o meio ambiente. É preciso adotar soluções com pensamento sistêmico por parte dos lideres, pois há interações entre os diveros elementos construtores da competividade, não havendo “bala de prata”.
No dia 6 de novembro a Academia Brasileira da Qualidade estará promovendo em SP um evento voltado a competitividade, com participação de especialistas e líderes de empreses e governo. Participe, mesmo à distância.(www.abqualidade.com.br/Eventos).
Visite nosso site (link acima) da Academia Brasileira da Qualidade – ABQ.
. Artigo publicado originalmente no jornal Zero Hora, um dos maiores do sul do Brasil.