Ademi/ES faz resumo do ano e traça perspectivas para 2024

Alex Pandini

Foto: Bento Mattos (wikimedia commons)

O ano de 2023 se aproxima do fim e é hora das análises, resumos e direcionamento de planos para o futuro. No setor imobiliário, o sentimento é de que os negócios seguem em um bom ritmo de crescimento, e a expectativa, embora os números ainda não estejam fechados, é de avanço e metas superadas. Mesmo após o auge do aquecimento no setor verificado durante a pandemia, a avaliação é que o mercado segue aquecido e com boas perspectivas de crescimento para o ano que vem.

 

Para fazer um balanço do que foi o ano de 2023 no mercado imobiliário capixaba, e as perspectivas do setor para 2024, o blog convidou Eduardo Fontes, presidente, e Alexandre Schubert, vice-presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi/ES), a tecerem suas considerações.

 

1 – Como analisar o ano de 2023 para o setor?

Apesar das expectativas mostrarem que teríamos um ano mais difícil em função da polarização política em 2022, tivemos um ano de 2023 muito bom. Foi o 3º melhor ano da série histórica do mercado imobiliário em termos de vendas e crédito.

 

2 – Após o auge da pandemia, o mercado segue em alta?

Nós diríamos que o mercado segue bom. O recuo era natural que ocorresse, pois houve um boom no período pós pandemia de juros baixos e vendas em alta. Acreditamos que, com o recuo das taxas de juros e melhora no crédito, o segmento pode voltar a crescer e ser ainda melhor que em 2023.

 

Eduardo Fontes, presidente da Ademi/ES. Foto divulgação.

 

3 – Com relação a 2019, os números são melhores?

Ainda não fechamos os números do ano no Espírito Santo, entretanto, podemos fazer uma referência aos dados do terceiro trimestre nacional. No 3º. trimestre de 2023, o acumulado de unidades lançadas em 12 meses foi de 286.914. No 3º. trimestre de 2019, o número de unidades lançadas acumuladas em 12 meses foi de 230.619.

Logo, 2023 registrou um aumento de lançamentos no Brasil em relação ao mesmo período de 2019 na ordem de 24,4%, o que é muito significativo. Em relação a unidades vendidas, o cenário foi muito mais positivo. O acumulado em 12 meses de unidades vendidas no 3º. trimestre de 2023 foi de 314.430 contra 211.350 no 3º. trimestre de 2019. O crescimento de vendas foi de 48,7%.

 

4 – Quais fatos foram marcantes no mercado imobiliário capixaba em 2023?*

Tivemos menos lançamentos que em 2022, porém de uma forma geral as vendas continuaram acima das unidades lançadas. Isto se reflete em uma queda de estoque e uma sustentação ou crescimento dos preços. Lançamentos de alto padrão foram os que tiveram maior número em 2023.

 

5 – No que diz respeito à inovação, internet das coisas, as chamadas “casas inteligentes”, essa tendência já é uma realidade no estado, ou ainda se trata de uma novidade?

É uma tendência, porém de forma mais lenta. Estas casas inteligentes são produtos mais customizados pelos compradores a partir do recebimento dos seus imóveis. Por parte das construtoras, existem iniciativas de entregas de empreendimentos mais inteligentes com área de lazer mais moderna, equipamentos com objetivo de reduzir custos de energia ou mesmo tecnologia para facilitar a vida do morador e o custo do condomínio.

 

Alexandre Schubert, vice-presidente Ademi/ES. Foto divulgação.

 

6 – E as perspectivas para o ano que vem? Com relação à economia, inflação, taxas de juros, qual a análise sobre o impacto no negócio?

O setor vive esta expectativa para que o ano de 2024 seja melhor que 2023. Juros menores e inflação mais baixa tem reflexo sobre toda a economia, gerando mais atividade econômica. Acreditamos que em 2024 teremos mais lançamentos e mais vendas em todos os segmentos do mercado imobiliário, do econômico ao alto padrão.

 

7 – E a relação com o cliente, tem mudado devido às inovações tecnológicas? Quais novidades se pode esperar?

O cliente é exigente e está ligado a estas novas tecnologias. De certa forma, as construtoras tem tentado acompanhar esta evolução. Vagas de garagem com carregador elétrico, espaços tecnológicos compartilhados para trabalho remoto, painéis solares para que tenham economia de energia são algumas das recentes inovações vistas em empreendimentos novos sendo entregues.

 

8 – Como está a empregabilidade no setor? Tem números de quantos profissionais atuam hoje?

O Espírito Santo teve um saldo acumulado de empregos criados em 2023 (até outubro) de 39.496 postos. A construção civil criou 8.059 vagas, ocupando a segunda posição na criação de empregos, atrás apenas do segmento de serviços. Hoje temos 65.185 empregos no setor de construção civil.

 

9 – Quais segmentos têm sido mais atrativos?

Fazendo uma releitura de sua pergunta, entendemos que o segmento econômico deve ocupar cerca de 60% das unidades produzidas nos próximos anos. Isso se deve ao grande déficit habitacional que o país ainda tem que lidar, e o déficit é mais pronunciado nas habitações econômicas.

Foto de Alex Pandini

Alex Pandini

Alex Pandini é jornalista, tem 53 anos e mais de 3 décadas de experiência profissional em rádio, jornal, TV, assessoria de imprensa, publicidade e propaganda e marketing político. Além de repórter e apresentador na TV Vitória, é responsável pelo conteúdo da plataforma ConstróiES.