Baixa no mercado imobiliário nos EUA é oportunidade para investidores brasileiros

Alex Pandini

A queda de valores imobiliários nos EUA pode ser uma oportunidade para investidores de fora do país, incluindo brasileiros.

 

A recente desvalorização dos imóveis comerciais dos Estados Unidos surge como uma oportunidade para investidores estrangeiros, visto que a queda dos valores atrai quem busca opções de investimentos acessíveis.  

 

Desde o início da pandemia da Covid-19, o setor enfrenta desafios para se recuperar do longo tempo de recessão econômica. Fatores como a flexibilização do trabalho remoto e as recentes altas na taxa de juros fizeram os valores dos imóveis comerciais despencarem e dificultaram obtenção de refinanciamento por parte dos mutuários.  

 

Daniel Ickowicz,  diretor de vendas da consultoria imobiliária Elite International Realty, com mais 30 anos de experiência nos EUA, compartilhou suas perspectivas sobre o assunto. “Se houver uma desvalorização significativa, os preços dos imóveis podem se tornar mais acessíveis para investidores estrangeiros, incluindo brasileiros. Este cenário oferece uma janela única para quem busca diversificar seus investimentos no mercado imobiliário americano”, afirmou Ickowicz. “Nossa proposta é uma consultoria imobiliária especializada no atendimento aos latino-americanos que querem investir no mercado americano”, complementa.  

 

Mas, se o viés é de baixa, por que é interessante investir mesmo assim? Confira o ping-pong do blog com Daniel Ickowicz, que responde a essa e outras dúvidas.

 

1-) Por que é um bom momento para os investidores estrangeiros investirem no mercado dos EUA?
R: Investidores estrangeiros buscam diversificação cambial e patrimonial. Os juros americanos estão passando por uma transição, de uma alta histórica, que vem ocorendo no mundo pós-pandemia, com o objetivo de reduzir a inflação no país, para uma taxa menor, que deve aquecer o mercado. Hoje, o investidor coloca o dinheiro em um CDI em um banco americano e tem um retorno de 4% a 5% ao ano. Isso obriga a vendedores de ativos comerciais a posicionarem o retorno acima deste valor. A queda de juros costuma reduzir as taxas de retorno. Portanto, o momento atual ainda permite investidores comprarem com uma taxa de retorno interessante, antes que a redução comece neste ano de 2024, que foi a indicação do Federal Reserve (BC americano).
2-)Quais são as características do setor de imóveis comercial do país que atraem investidores internacionais mesmo com a desvalorização?
R: O investidor internacional busca ativos que gerem retorno com uma gestão limitada, já que a maioria dos investidores são proprietários ausentes. Existem diversos ativos que atendem este quesito. O principal ativo dentro desta modalidade são os imóveis Triple-Net (NNN). Triple-Net é Investimento em propriedades comerciais atreladas a um contrato de locação longo, feito com grandes corporações americanas. O termo Triple Net (NNN), significa que o proprietário do imóvel não tem responsabilidade em pagar os 3 tipos de custos associados ao imóvel: (IPTU, seguro e qualquer outro custo com estrutura, manutenção etc.).
3-) Quais são os melhores lugares para fazer um investimento imobiliário comercial nos EUA? Onde tem o maior custo-benefício?
R: A Flórida hoje é um dos principais destinos de investidores, tanto estrangeiros como americanos. Isso permite manter o mercado aquecido e atrativo. A partir dessa perspectiva do impacto do fluxo migratório para Flórida no setor imobiliário da região, no que se refere aos estrangeiros e a Flórida, uma pesquisa encomendada para a PANROTAS, a Semrush Holdings, plataforma de gerenciamento de visibilidade online, identificou 5 cidades da Flórida mais pesquisadas pelos brasileiros, que são: Miami, Orlando, Fort Lauderdale, Tampa e Key West. Diante disso, vale os olhares atentos de quem pretende comprar ou vender imóveis na Flórida. Seja para morar, ou investir, o estado tem apresentado um bom panorama no setor imobiliário.
4-) Mesmo com o anúncio da manutenção das taxas de juros, a queda da inflação e a promessa de novos cortes, os resultados econômicos americanos ainda estão instáveis. O setor precisa tomar algum cuidado em relação à essa desconfiança em relação a economia americana?
R: Há um consenso que indica uma desaceleração do crescimento na economia dos Estados Unidos, porém não necessariamente uma recessão. Este ano há eleições no país. Independentemente da disputa e dos candidatos, a economia norte-americana mostrou ser resiliente e alcançou crescimento. Se confirmado o cenário entre Trump e Biden, teríamos dois candidatos que já foram presidentes, diminuindo assim o potencial de surpresas para o mercado.
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Alex Pandini

Alex Pandini é jornalista, tem 53 anos e mais de 3 décadas de experiência profissional em rádio, jornal, TV, assessoria de imprensa, publicidade e propaganda e marketing político. Além de repórter e apresentador na TV Vitória, é responsável pelo conteúdo da plataforma ConstróiES.