Beleza além da estética

Alex Pandini

Divulgação Sanstone.

O nosso país é o quinto maior exportador de rochas ornamentais do mundo, segundo o Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas). E o Espírito Santo é o responsável por nada menos que 80% das exportações. Um setor que emprega mais de 20 mil pessoas no estado e gera muitas receitas e desenvolvimento. Mas para onde caminha essa indústria?

 

O blog de hoje traz as impressões de um especialista em marmoraria digital, Adryan Santana, CEO e co-fundador da Sanstone. Para ele, enquanto o país aquece o comércio internacional como nos Estados Unidos, na China e na Itália, a indústria de marmoraria se coloca diante de uma revolução tecnológica “que pode redefinir não apenas o valor monetário, como também a qualidade das rochas ornamentais. Uma mudança que, ao longo dos anos, nunca pareceu incomodar o setor, sempre tão prático e, sobretudo, estético”.

 

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Adryan diz que, diferentemente das marmorarias, “os nossos parceiros da construção civil, como a arquitetura e o design, passaram a evoluir rapidamente para encontrar rochas que, além da mera beleza, entregassem funcionalidade. E, de repente, nos deparamos com um mercado que prefere a história ao produto”.

 

E será possível adaptar uma indústria tão tradicional nesse grande ecossistema de inovação? Vamos saber a resposta com o nosso especialista;

 

“Em primeiro lugar, tradição e modernidade podem ter algo em comum: o uso da tecnologia para preservar a beleza natural da pedra contra qualquer desafio que possa comprometê-la no dia a dia. Durante a extração e o processamento do mármore, a integração de métodos tradicionais com avanços tecnológicos resulta em produtos que não são apenas visualmente impressionantes, mas resistentes ao desgaste diário.

 

“Impermeabilizantes, antiácidos e selantes de proteção são algumas das diversas soluções que podem criar uma barreira contra abrasivos, líquidos pigmentados e substâncias prejudiciais no mármore, evitando manchas e corrosão. E adivinhe de onde elas vêm? Da tecnologia.

 

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“Os antiácidos, por exemplo, combatem os danos ao mármore por meio de formulações que podem incorporar até a nanotecnologia para criar partículas extremamente pequenas, que preenchem os poros do mármore e, dessa forma, fornecem um bloqueio contra a absorção de líquidos, adaptando-se às necessidades de cada superfície, em cada construção.

 

“Além da durabilidade, a tecnologia também abre portas para a inovação de espaço em qualquer ambiente. No contexto do design, as superfícies de mármore, agora, podem ser personalizadas de formas inimagináveis, que atendam não apenas à estética preferida do cliente final, mas principalmente ao que ele precisa.

 

“Sendo assim, as combinações de cores seguem importantes para a obra, desde que a funcionalidade motive as marmorarias a fabricar rochas menos espessas e mais leves para espaços pequenos ou menos grotescos. Para essa função, surgem as tecnologias de corte a laser, laminação, materiais compósitos,  ultrafinos, corte por jato d’água, máquinas de alta precisão e adesivos e resinas.

 

“Em último lugar, mas essencialmente importante, a sustentabilidade também é a área em que a tecnologia desempenha um papel vital, porque os métodos de extração e produção ecológicos estão se tornando um padrão de responsabilidade ambiental cada vez mais intenso na indústria.

 

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“O método de extração a frio, por exemplo, substitui a abordagem tradicional das perfurações e corte, que consomem muita energia, por técnicas que minimizam a emissão de carbono e reduzem o desperdício de resíduos. A tecnologia de recuperação de água, por sua vez, captura e reutiliza a água utilizada para resfriar as ferramentas de corte e reduzir o volume de poeira, diminuindo o impacto sobre os recursos hídricos locais.

 

“Portanto, reconhecer a importância de se aprimorar as superfícies de mármore, para além da estética, é um compromisso não só com o cliente final, como também com a qualidade dos materiais que estarão em seu imóvel e, principalmente, no meio ambiente. Afinal, quando combinada com a inovação tecnológica, a tradição artesanal do mármore ultrapassa as fronteiras da estética para se tornar uma expressão de arte única, funcional e sustentável. E, como resultado, o setor pode, finalmente, encontrar uma abordagem disruptiva para a marmoraria.”

 

(Adryan Santana, CEO e co-fundador da Sanstone Marmoraria Digital).

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Alex Pandini

Alex Pandini é jornalista, tem 53 anos e mais de 3 décadas de experiência profissional em rádio, jornal, TV, assessoria de imprensa, publicidade e propaganda e marketing político. Além de repórter e apresentador na TV Vitória, é responsável pelo conteúdo da plataforma ConstróiES.