Casas flutuantes navegam no Quem Constrói
Casas flutuantes. Porque navegar é preciso!
Novidade ainda no Brasil, as casas flutuantes começam a ficar mais conhecidas em algumas localidades. E esse foi o tema desta quarta-feira (07/06), no nosso Papo com o Especialista. Durante o programa Quem Constrói, veiculado na Pan News (90,5 FM), o arquiteto Luciano Gualtieri, CEO da Float Living, contou tudo sobre essa alternativa arquitetônica.
Casas Flutuantes
Aqui no Brasil as primeiras casas flutuantes foram construídas por volta de 1920, no Amazonas. Desde então, essas casas pemanecem na realidade daquele local. No entanto, estão localizadas em comunidades ribeirinhas, de pescadores, todas em situação bem precária, sem tratamento de esgoto, sem documentação.
As casas flutuantes são muito comuns na Holanda, Amsterdã (Países Baixos), Canadá e Inglaterra. Em suma, os números mostram o quanto a proposta é difundida nesses locais. “Na Holanda são fabricadas em média 1900 casas por ano”, destacou.
“No Estado de São Paulo, existem duas unidades, localizadas em represas distintas, sendo usadas para locação (Arbnb)”, destaca o arquiteto. Ainda existem estruturas flutuantes em Brasília, Goiânia e Capitólio. Lojas, restaurantes, bares, espaço pra eventos. “Assim como em Vila Velha tem o restaurante Di Marino”, apontou Luciano.
Estrutura
Durante o programa, apresentado pelas jornalistas Letícia Vieira e Luciene Araujo, o arquiteto explicou que As “casas barco”, ou casas flutuantes, são uma espécie de arquitetura nômade e engenharia inteligente.
Ele completou que essas estruturas são um refúgio contemporâneo e muito requintado. Ideais para quem aprecia estar bem próximo da natureza”.
Elas podem ser motorizadas ou não, servir como moradia permanente ou alternativa de lazer. “Podem permanecer em rios, lagoas, baías ou mesmo serem levadas a alto mar.
Construídas em madeira, concreto ou aço. Fazem parte de uma filosofia de vida diferenciada”, afirma o CEO Luciano. Sua caixa pode ser simplesmente assentada sobre uma bandeja flutuante. Uma parte, maior, deve permanecer acima no nível da água; e outra, menor, abaixo. Ela só será estável se o volume apresentar uma relação adequada com o peso total. Daí a necessidade de um sistema estrutural nivelador.
Custo
Os custos da maioria dos materiais utilizados nessas estruturas são baseados no valor do dólar. Dessa forma, o valor de uma cada flutuante subiu bastante do ano passado para este ano.
“Para se pensar hoje em uma estrutura pronta, com dois quartos e autossuficiente, com gerador, sistema de energia solar e tratamento próprio de resíduos, além da documentação necessária para o imóvel estar regularizado, estamos falando de R$ 980 mil”, aponta Luciano. Com esse recurso, a casa é entregue toda montada e já com a documentação em mãos.
Um custo bem abaixo dos valores que estão sendo cobrados em um projeto em andamento no Paraná, na Linton Bay Marina, localizada na costa norte do Panamá.
As “casas eco-restauradoras do mundo”, são cápsulas que comportam duas pessoas, utilizam mais de 48 metros cúbicos de tubos de aço cheios de ar para flutuar 2,2 metros sobre as ondas e possui 54 metros quadrados de janelas panorâmicas e vista de 360 graus para o mar. Atualmente, para se ter uma cápsula dessas, a pessoa terá de desembolsar entre R$ 1.5 milhão e R$ 7.7 milhões.
Dirigindo a casa
O comando da casa flutuante exige habilitação na categoria de ARA – Arrais Amador, conquistada junto à Capitania dos Portos. Mas, ao contratar o projeto junto à Float Living, a empresa cuida de toda a papelada para regularização do imóvel e do “condutor”. Bem como, se necessário, disponibiliza um marinheiro habilitado para movimentar a casa flutuante.
A prova de Arrais tem 40 questões. Como resultado, o candidato precisa acertar 50% da prova para ser aprovado. A duração da prova é de 2 horas para a categoria de Arraes Amador.
Projeto Alagoas
Há quase um ano e meio, Luciano negocia uma estrutura com o governo de Alagoas. O projeto de uma estrutura flutuante para fazer estudos de biologia marinha sobre os corais da região. O laboratório flutuante vai garantir acesso liberado não apenas para pesquisadores, mas também para alunos dos sistemas privado e público de ensino.