CBIC projeta crescimento de 5% no mercado imobiliário e até 10% no segmento popular
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) divulgou em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (26), as projeções do mercado imobiliário em 2024.
De acordo com a CBIC, a projeção para o mercado imobiliário em 2024 é de crescimento em torno de 5% a 10% no Minha Casa, Minha Vida; e de até 5% para os demais mercados, em lançamentos e vendas. A continuidade da queda dos juros, inflação em patamares baixos, maior solidez da política econômica e o andamento do programa MCMV colabora para a estimativa da entidade.
Para o presidente da Ademi-ES Eduardo Fontes, 2024 será um ano melhor que em 2023 para o Estado do Espírito Santo. “A tendência de juros menores e uma menor quantidade de unidades em estoque fará que tenhamos um apetite maior por lançamentos e consequentemente vendas. É provável que tenhamos um ano com maior número de lançamentos frente ao registrado em 2023”, analisa o presidente.
VALORIZAÇÃO PATRIMONIAL
Ainda de acordo com a CBIC, o último trimestre de 2023 demonstrou maior valorização patrimonial. O índice do preço dos imóveis registrou valorização de 2,9%. Já as vendas registraram variações menores no quarto trimestre de 2023, com queda de 3,2% em comparação com o trimestre anterior, e alta de 1,7% considerando o mesmo período de 2022. Segundo a CBIC, o mercado segue forte e aderente, ou seja, há demanda para imóveis lançados.
Um dado que chamou a atenção dos especialistas da CBIC é o crescimento do mercado de alto padrão. É o quarto ano consecutivo que ocorre o crescimento da alta renda, registrando 15%. O presidente da Ademi-ES, analisa esse cenário no Espírito Santo que corrobora com o cenário nacional. “Vimos recentemente isso com lançamentos de alto padrão nos principais bairros de Vitória e Vila Velha no decorrer dos anos de 2022 e 2023. Acredito que a tendência talvez deva se manter, porém sem grandes crescimentos nesse sentido, uma vez que já não há muitos terrenos disponíveis e bem localizados para se empreender neste alto padrão”.
Em relação ao mercado de trabalho, foi apontado pela CBIC um panorama de envelhecimento da mão de obra do setor. E os jovens não se sentem motivados e atraídos a trabalhar nas obras. Para solucionar esse ponto, segundo os especialistas é necessário aumentar a mecanização e digitalização do setor e melhorar o ambiente de trabalho.
Para Eduardo Fontes este é o maior desafio. “De uma forma geral atinge outros segmentos que não só a construção civil. É preciso que haja uma evolução nas condições de trabalho, aplicando mais tecnologia, buscando conhecimento, educação e produtividade. Estes pilares precisam andar juntos, caso contrário devemos ter dificuldade para que o país mantenha um crescimento do seu mercado imobiliário”, acrescenta.