Decoração do ambiente na hora de comer age no humor e no sensorial
Hamburgueria temática de um filme de sucesso? Cafeteria em 2D que faz todos os clientes se sentirem dentro de um desenho animado? Espaços instagramáveis nos restaurantes? Já virou consenso: os espaços de gastronomia entenderam que para atrair o público é preciso ir além de uma boa comida e de um cardápio bem estruturado. É preciso, acima de tudo, proporcionar uma experiência diferente que desperte o olhar e as sensações.
O diretor do Instituto de Arquitetos do Brasil, departamento do Espírito Santo (IAB-ES), Lucas Serrão, conta que a temática da decoração e o conforto possibilitado pelo mobiliário e iluminação são fatores importantes que atuam de forma direta na experiência de consumo que as pessoas buscam em estabelecimentos – e que, por sua vez, influencia na avaliação e no desejo de voltar outras vezes.
“Para buscar autenticidade e originalidade na entrega de um espaço como esse, tudo no processo deve ser considerado, porque a experiência promovida por um ambiente pode despertar sensações no subconsciente, assim, podendo trazer memórias afetivas, despertar a criatividade, nostalgia, sensação de pertencimento e até mesmo nos permitir relaxar após um longo dia”, explica.
Segundo Serrão, um projeto bem produzido consegue transformar experiências ruins em boas memórias, assim, provocando a associação do ambiente em questão a algo positivo. “Ou seja, quando o cliente daquele lugar estiver em um momento negativo, sentirá vontade de retornar. Tudo vai depender da experiência que o espaço pretende proporcionar ao seu usuário”, detalha.
“Por exemplo, um café com estética moderna e tecnológica, mas ao mesmo tempo que tenha uma boa ergonomia para passar horas em frente ao seu notebook, pode trazer prazer em trabalhar longe de espaços monótonos dos escritórios. Consequentemente, toda vez que você se sentir sozinho trabalhando você lembrará da experiência que teve naquele local e sentirá vontade de retornar, indicar para amigos ou até mesmo para fazer reuniões de negócio naquele ambiente. Outro exemplo seria uma doceria com estética que lembra a casa no interior onde sua avó viveu. Esse tipo de ambiente ficará na sua memória para te trazer aconchego quando estiver naqueles dias mais tristes”, explica o arquiteto e urbanista.
Ainda segundo Serrão, muito além de criar uma estética desejada pelo cliente para o espaço, o profissional precisa garantir a funcionalidade do ambiente. “De nada adianta um ambiente lindo, mas que não funcione no dia a dia ou possa causar prejuízos a longo prazo. É necessário analisar desde a disposição dos móveis no local até a escolha do material utilizado neste mobiliário, que, em geral, precisa ser confortável, mas resistente. Como profissional temos o olhar refinado para trazer elementos construtivos, materiais, mobiliários e criar pontos focais para que tudo seja composto de forma harmônica e atenda o público desejado”, conclui o arquiteto.