“Inflação do aluguel” cai em 1,93%, segundo FGV
De acordo com os dados divulgados na última quinta-feira (29) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o Índice Geral de Preços — Mercado (IGP-M), conhecido como “inflação do aluguel”, registrou deflação de 1,93% em junho. Conforme a instituição, o índice acumula queda de 4,46% no ano e de 6,86% em 12 meses.
Os resultados são animadores. Isso porque em junho de 2022, a inflação pelo índice foi de 0,59% e acumulava alta de 10,70% em 12 meses. Em maio o índice apontou queda de 1,84%, após retração de 0,95% em abril.
Vale destacar que o IGP-M é utilizado amplamente na fórmula paramétrica de reajuste de tarifas públicas (energia e telefonia), em contratos de aluguéis e em contratos de prestação de serviços.
Por meio de nota, o coordenador dos índices de preços da FGV, André Braz, informa que a inflação ao produtor registrou nova redução, agora impulsionada pela queda dos preços dos combustíveis na refinaria. O preço do diesel caiu 13,82%, enquanto a preço da gasolina diminuiu, fechando em 11,69%.
Construção Civil
Na construção civil, o índice avançou 0,85%, reflexo dos preços da mão de obra, que registrou alta de 1,81%. A variação de materiais, equipamentos e serviços registrou queda de 0,09%.
Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), subiu 0,85% em junho, em relação a 0,40% registrado em maio. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de maio para junho: Materiais e Equipamentos (-0,06% para -0,15%), Serviços (0,64% para 0,18%) e Mão de Obra (0,75% para 1,81%).
Cenário pós-pandemia
Segundo o economista e ex-conselheiro do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES), Vaner Simões, os resultados demonstram uma possível recuperação da economia, após o período de pandemia enfrentado nos últimos anos.
“Por ser um índice que tem caráter macroeconômico, podemos pensar que a estabilidade do IGP-M significa que a produção está se normalizando após os dias da pandemia em que houve muita procura e menos oferta. Vamos acompanhar agora em termos mundiais. Acredito que está chegando a um ajuste’, afirma ele.
Outras taxas
Outras taxas também mostram um bom resultado. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 2,73% em junho, ante queda de 2,72% em maio. Já a taxa do grupo Bens Finais caiu 1,22% em junho. Esse índice, que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, teve queda de 0,39% em junho, após cair 0,09% em maio.
A taxa do grupo Bens Intermediários registrou nova queda, passando de -1,49% em maio para -2,88% em junho. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cujo percentual passou de -6,09% para -11,44%.
O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 1,39% em junho, contra queda de 0,64% em maio.
O estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 4,10% em junho, após registrar -6,48% em maio. Contribuíram para a suavização da queda do grupo os seguintes itens: minério de ferro (-13,26% para -2,21%), soja em grão (-9,40% para -4,32%) e milho em grão (-15,64% para -14,85%).
Vaner Simões destaca que os resultados representam um bom momento para estimular a queda na taxa de juros, que se mantém em 17,35%.
“Já estamos distantes do processo pandêmico que deprimiu o tecido econômico, acabando com algumas ofertas, como a hotelaria. Estamos em uma recuperação desse cenário. Essa deflação está perdendo tração. É o momento de cair a taxa. Talvez o próximo passo seja de estabilizar as taxas um pouco”, conclui o economista.
*Por Aline Pagotto, com informações da CNN Brasil