Inovação ainda é desafio no setor da Construção Civil, aponta pesquisa
Levantamento com mais de 140 construtoras e incorporadoras do país mostra que adoção de tecnologias de ponta ainda é gargalo para companhias do setor.
O mercado de construção civil é pouco inovador quando comparado a outros segmentos da economia. Segundo dados da pesquisa “Termômetro do setor – Construção Civil”, realizado pela Falconi, apenas 10% dos respondentes avaliam o setor como bastante inovador. No entanto, quando busca inovar por meio da implementação de novas tecnologias, atinge níveis de satisfação muito positivos.
Realizado pela maior consultoria de gestão empresarial e de pessoas durante o Construsummit 2023, que aconteceu nos dias 13 e 14 de setembro, em Florianópolis, o estudo com 144 construtoras e incorporadoras de diversos portes mostra que o setor ainda tem muito a crescer quando o assunto é inovação e adoção de novas tecnologias. A coleta do material contou com o apoio da Softplan, responsável pela realização do evento.
ANÁLISE
Além disso, percebe-se pouca adesão às soluções baseadas no uso de tecnologias mais modernas, como inteligência artificial (14%), IoT (3%) e blockchain (3%). Para o VP de Indústria de Base e Bens de Capital da Falconi, André Chaves, a busca por inovação deve ser desmitificada no setor de construção civil, principalmente entre as médias e pequenas construtoras e incorporadoras.
“A nossa visão é que os executivos não materializaram ainda como ganhar produtividade com tecnologias avançadas. E esse é um status quo que precisamos desafiar. A dicotomia dos dados, que retratam um ambiente conservador em relação à adoção de novas tecnologias, mas satisfeito com a eficiência de ferramentas inovadoras, mostra que muitas empresas ainda não estão enxergando os benefícios práticos dessas soluções. Se começarmos a discutir este mesmo tema, só que do ponto de vista de resultados, tenho certeza de que o executivo vai entender”, afirma Chaves. Quando perguntados sobre quais ferramentas e soluções tecnológicas adotam no dia a dia da gestão do seu negócio, empresários se mostraram apostar, em grande maioria, em ferramentas mais tradicionais, como: Gestão de cronograma de obra (70%), ERP (67%) e BIM (56%).
OUTROS DADOS
Já outras soluções mais diretamente ligadas à tecnologia de ponta se mostraram pouco aderidas entre os executivos: drones (26%), apontamento eletrônico da mão de obra 18%; inteligência artificial (15%); realidade virtual e realidade aumentada (13%); apontamento eletrônico do consumo de insumos (10%); apontamento eletrônico de máquinas e equipamentos (8%); impressão 3D (4%); IoT (3%); e blockchain (3%).
Contudo, a pesquisa também mostrou que as empresas que buscam inovações estão contentes com seus resultados: 29% dos respondentes consideram muito eficientes, 44% afirmam ser eficiente e apenas 27% entendem que essas ferramentas são pouco eficientes no seu negócio.
De acordo com o VP da Falconi, enxergar aplicações realistas, que mudem o dia a dia do negócio dessas companhias, é a saída para o setor se tornar mais inovador. “O caminho é trazer pragmatismo ao seu investimento em tecnologia e medir o resultado que ela vai trazer para o negócio.”
(continua na próxima sexta-feira)