Os jardins verticais deixaram de ser apenas uma tendência. A estrutura, que sempre integrou projetos de conceituados arquitetos e decoradores estrangeiros, caiu de vez no gosto dos brasileiros. Além da beleza ímpar, eles trazem muitos benefícios para o local.

Eles tornam espaços pequenos mais agradáveis e possibilitam criar uma divisória se for preciso. Da mesma forma, dão vida a uma parede sem graça e ajudam na térmica do ambiente. “O jardim vertical veio pra ficar”, destaca a paisagista Sinthia Ferrari Pires.

Jardins verticais

Os  jardins verticais são estruturas montadas nas paredes. Existem quatro tipos básicos, mas cada um deles possibilita diversas formas. Hoje, eles estão mais elaborados, aponta a especialista.

“Temos o plastwall, que são jardineiras de polietileno; também os vasinhos de parede. Além de uma estrutura chamada vertigarden, que eu utilizo muito, que é um jardim mais hidropônico. As plantas têm substrato, mas também precisam de bastante água”, detalha Sinthia.

Inicialmente, ele era mais utilizado como solução para o problema de falta de espaço no chão para plantar.  Atualmente, desde as pequenas paredes até áreas enormes, os jardins verticais estão mesmo em alta.

“Desde pequenas paredes em uma varanda, em uma lavabo, até grandes muros. Hoje os jardins verticiais agregam muito. Então, estão sendo bastante usados”, conta a especialista. Ela acrescenta que eles são “uma forma de trazer o verde para bem perto”.

Ela exemplifica outras duas demandas que executou. “Em um dos projetos, fizemos uma parede em uma varanda, ao lado de uma banheira. Em outro, a arquiteta criou um prolongamento da varanda com um deck e na parede fizemos o jardim”, relata a paisagista.

Sinthia enfatiza os benefícios dos jardins verticiais. “Além de trazer o verde para perto, eles melhoram a acústica do ambiente, trazem harmonia, deixam as pessoas mais criativas. O verde agrega isso tudo na vida do ser humano”, enumera a profissional. Mas, e quanto ao custo? “Varia de R$ 500 a R$ 1.000 o metro quadrado, dependendo das espécies utilizadas”.

Recantos de beleza

Os sócios Ricardo Silveira e Fernando Zucolotto são propietários de uma estúdio em Vitória. Eles queriam muito o verde para integrar dois ambientes, mas havia pouco espaço. Foi então que buscaram a ajuda de Sínthia para solucionar o problema.

E consquistaram um jardim vertical super “instagramavel”, que é cuidado por Fernando.  “Antes, a sala fechada tinha cara de escritório. Hoje, está lindo nosso espaço. O jardim é um sucesso aqui do salão. Todo mundo passa e quer tirar foto”, conta Ricardo.

A professora apossentada Maria Gorete Silva também optou por uma jardim vertical em sua “casinha na roça”. A diferença é que ela tem bastante espaço, então criou um “jardinzão” no muro.

Ela diz que “infelizmente não havia recurso para contratar uma profissional”. E acrescenta ter a certeza de que o resultado ficaria melhor.

“Mas fomos pregando as floreiras de plástico no muro. E coloquei meus netos para me ajudar a plantar as mudas. um corredor de cada espécie. Hoje esse muro é um xodó”, garante a orgulhosa vovó.

Tipos de Jardins Verticais

As paredes vivas são os jardins verticais naturais. Ideiais para áreas externas, são feitos com plantas naturais de diferentes espécies. É preciso ter um ponto de água, um de energia e um ralo próximos.

Para os ambientes fechados, há os jardins verticais preservados. Apesar de também serem feitos de plantas naturais, não precisam de manutenção permanente. Isso porque as plantas passam por um processo de tratamento que conserva textura, folhagens e movimentos. Há uma placa revestida de fibras naturais e tingida. Nela, as plantas são fixadas com grampos de alta pressão.

Também existe a modalidade musgo moss, uma planta de formato redondo e multidimensional. Existem muitas variações de cores e também dispensa manutenção constante. Essa estrutura é desenvolvida de forma artesanal e garante requinte aos ambientes internos.

Por fim, os jardins verticais estruturados com plantas permanentes. Peças confeccionadas com seda fina e poliéster de alta qualidade, reproduzem formas, cores, texturas e movimentos de plantas naturais. Eles não demandam manutenção por um longo período. E podemos aplicar em ambientes externos e internos.

Manutenção

Toda planta precisa de cuidados, ainda que algumas suportem mais sol ou cresçam de forma mais lenta.

Da mesma forma, os jardins verticiais precisam de cuidados. O ideal é deixar estruturado um sistema de irrigação, que pode ser bastante simples, explica a paisagista Sinthia Ferrari.

“Exceto os jadins com plantas artificiais, essas estruturas têm pouca terra, pouco substrato. Então demandam mais água. Se a pessoa passar quatro dou cinco dias fora, sem regar o jardim, a maioria das plantas vão morrer”, afirma.

Recordista Mundial

O edifício Santalaia, localizado em Bogotá, na Colômbia, é o maior jardim vertical do mundo.

Ele tem aproximadamente 3.000 m² de fachada cobertos por 175.000 plantas.

Segundo seus criadores, “é capaz de produzir o oxigênio necessário para três mil pessoas por ano”. E tem mais. também pode “processar 775 quilogramas de metais pesados e filtrar mais de 2 mil toneladas de gases nocivos”.

Além disso, esse super jardim é capaz de “retirar da atmosfera mais de 400 quilogramas de fuligem e poeira”.