Mercado Imobiliário: cenário positivo para o ES
Balanço do Mercado Imobiliário mostra que o setor não melhorou. O número de unidades residenciais lançadas no Brasil caiu no primeiro trimestre deste ano, em relação a igual período de 2022. Os dados são do Balanço do Mercado Imobiliário do Primeiro Trimestre de 2023, apresentado nesta segunda-feira (29), pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Balanço do Mercado Imobiliário
As informações do Balanço do Mercado Imobiliário envolvem lançamentos, vendas, oferta final, preço e programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. Elas foram apresentadas à imprensa pelo presidente da CBIC, José Carlos Martins, pelo vice-presidente da área de Indústria Imobiliária da CBIC, Celso Petrucci, e pelo CEO da Brain Inteligência Corporativa, Fábio Tadeu Araújo.
O estudo Indicadores Imobiliários Nacionais aponta que foram lançadas 48.554 unidades residenciais, entre janeiro e março deste ano. Enquanto, nesse mesmo período de 2022, foram 69.512 novas unidades. Logo, uma queda de 30,2%. Já em relação ao quarto trimestre de 2022, essa queda foi ainda maior, atingindo o percentual de -44,4%.
No acumulado dos últimos 12 meses, foram 288.506 novas unidades. E a variação entre o período de março/22 a março/23 X março/21 a março/22 o percentual de queda foi de 14,2%.
Por outro lado, Petrucci apontou que, apesar da previsão de queda, a demanda pela aquisição da casa própria continua alta. “Por isso, mesmo diante da queda no número de lançamentos, o percentual de queda é menor”, aponta o empresário.
O estudo aponta que a Região Sudeste, na qual o Espírito Santo está inserido, foi responsável pelo lançamento de 25.769 do total de unidades nacionais no primeiro truimestre deste ano. No entanto, em 2022, nesse mesmo período, o Sudeste registrou o lançamento de 33.353 unidades. Já nos meses de outubro, novembro e dezembro do ano passado, o setor lançou na região 46.792 unidades residenciais.
Espírito Santo
A boa notícia é que o Espírito Santo está muito bem, “em um ritmo de crescimento diferente do país”, segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-ES).
Douglas VAz destaca que o setor tem registrado um número significativo de novos lançamentos, inclusive no primeiro trimestre deste ano. “Os dados do Índice de Velocidade de Vendas (IVV) do Sinduscon-ES mostram um mercado aquecido, incluindo a capital”, aponta Vaz.
“Nossos números de empregos também mostram aumento. No primeiro trimestre deste ano, por exemplo, tivemos um saldo positivo de 3.236. estamos com boas expectativas para este ano”, finaliza o presidente.
Minha Casa Minha Vida
De acordo com o levantamento, a inflexão mais acentuada foi registrada no programa Minha Casa Minha Vida, tanto nos lançamentos quanto nas vendas. No primeiro trimestre deste ano, o lançamento de unidades por meio do programa habitacional caiu quase pela metade (-48,9%) em relação ao 4º trimestre de 2022. Em relação as vendas, na comparação desses mesmos períodos, as queda foi de 15,9%.
Vice-presidente da área de Indústria Imobiliária da CBIC, Celso Petrucci afirmou que a queda se deu, principalmente, pela insegurança do mercado por parte dos incorporadores. Ele destacou ainda que “o aumento do tícket médio mostra a diminuição do poder de compra do público-alvo do programa de habitação de interesse social”. Assim, um cenário que pode gerar problemas na empregabilidade do setor.
Empregabilidade
Nesse contexto, Celso Petrucci o impacto negativo na oferta de empregos deve ocorrer ainda este ano. “Esse cenário de insegurança na economia, mais queda em relação ao programa Minha Casa Minha Vida, deve gerar queda na oferta de empregos no setor já no segundo semestre deste ano”, alertou.
Para o presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo – Ademi-ES, Eduardo Fontes, não vê problemas de empregabilidade na construção civil do Espírito Santo. “Temos inúmeras obras em andamento e algumas bem grandes que vão demorar bastante tempo. Temos ainda indústrias fortes no estado que demandam muita mão de obra”, aponta Fontes. Para ele, a preocupação aqui no estado deve ser outra. “Ouso dizer que no Espírito Santo é o contrário, temos risco de não ter mão de obra suficiente para todas estas obras”, avalia o presidente da Ademi, reafirmando a visão de Douglas Vaz, que preside o Sinduscon-ES.