O ano de 2022 foi o primeiro “pós-pandemia”. Logo, é natural que as construtoras e os investidores tentem entender as novas expectativas dos consumidores neste e nos próximos anos.

Neste artigo, o engenheiro civil e diretor da Torres Engenharia, Marcelo Torres, explica como estava o mercado imobiliário e o que podemos esperar para 2023 na construção civil.

Confira!

*Por Marcelo Torres

Durante a pandemia, houve um crescimento significativo no consumo de alimentos, itens de higiene pessoal, entre outros, o que acarretou um aumento da demanda e pouca oferta. Tudo isso resultou em uma inflação, além do que esperávamos. Esse aumento do consumo também afetou o setor da construção civil, por conta da procura de materiais de construção, de terrenos para construção, busca por mão de obra qualificada e os imóveis sofrendo aumento de preços.

Neste período, muitas pessoas ficaram em casa e começaram a reformar e melhorar suas residências, o que aumentou ainda mais a demanda por materiais de construção. Além disso, as taxas de juros estavam baixas, o que desestimulava a aplicação do dinheiro em investimentos financeiros tradicionais.

Com a valorização dos produtos em geral, após a pandemia, os proprietários de terrenos também perceberam o aumento dos preços e passaram a ter expectativas maiores em relação ao valor de suas propriedades.

No entanto, esse aumento generalizado de preços afetou negativamente os salários dos trabalhadores, que viram seu poder de compra diminuir. Isso levou a negociações sindicais para o reajuste salarial em 2022 e 2023, com argumentos fortes para uma correção significativa.

No caso dos construtores, eles também foram afetados pelos aumentos de custos e tiveram que ajustar gradualmente os preços de seus produtos. Contudo, mesmo com essas correções, perceberam que não conseguiam recuperar totalmente seus ganhos devido ao período de valorização intensa.

Acredito que em 2023, a curva de valorização está se tornando menos acentuada e mais estável, mas ainda aponta para cima devido aos lançamentos imobiliários previstos para este e os próximos anos.