Minha Casa Minha Vida impulsiona mercado imobiliário no 3º trimestre

Alex Pandini

Foto: Cimento Itambé divulgação.

 

No período de pandemia, o que se compreende para efeito de comparação nesta análise o período que foi de 2020 até 2023, o mercado imobiliário viveu uma expansão no volume de vendas de imóveis do segmento de médio, alto e altíssimo padrões, com valores maiores. Isso foi motivado pelo atrativo do investimento seguro em um momento de instabilidade econômica provocada pela crise sanitária, pelo fato de haver juros mais baixos naquele momento, e ainda, pela mudança cultural no modo de pensar a moradia, quando as pessoas passaram a valorizar mais o espaço de vivência diante de restrições de mobilidade. Dessa forma, o segmento de alta renda “explodiu”, com alta demanda por imóveis mais amplos, de padrão e valores maiores.

 

Em 2024, de acordo com análise de Eduardo Borges, diretor de Economia e Estatística do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Espírito Santo (Sinduscon/ES), o ritmo de vendas mais intenso está no segmento econômico, representado por apartamentos do programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV). “Atualmente, com o IVV (Índice de Velocidade de Vendas) em uma média mensal superior a 10%, fazendo uma análise simplista, se não houver mais lançamentos no programa toda a oferta do mercado primário, que é a venda do incorporador ao cliente, seria esgotada em apenas 10 meses”, explica Eduardo. Ele também ressalta que, no médio e no alto padrão “esse esgotamento levaria 14 meses, o que também não é muito”. Ambos índices locais estão alinhados com o cenário nacional, divulgado pela ABRAINC/FIPE, com relação ao 3º trimestre de 2024.

 

Eduardo Borges traz alguns pontos interessantes de análise que podem justificar esse momento específico pelo qual passa o mercado imobiliário. Vamos a eles:

 

Foto: arquivo pessoal.

 

“Diferentemente do alto padrão, em que o cliente muitas vezes busca um novo imóvel como alternativa de investimento – e o compara com investimento bancário tradicional, num atual contexto de juros altos -, o publico do segmento econômico geralmente esta comprando seu primeiro imóvel e não pode aguardar. A elevação da Selic não afeta tanto o financiamento imobiliário para esse segmento, que, em geral, utiliza recursos subsidiados do MCMV, além da poupança e FGTS.

 

“Os subsídios do governo federal e tetos do programa federal que sofreram uma série de ajustes a partir de julho/2023, com redução de juros, aumento dos subsídios, ampliação do prazo de financiamento, aumento do valor dos imóveis enquadrados, corte de impostos, entre outras medidas que ampliaram o poder de compra da população e a margem de lucro das incorporadoras.

 

O governador Renato Casagrande lançou em dezembro/2023 um programa que proporciona subsídio adicional de R$ 20 mil para aquisição de imóvel da faixa II do PMCMV, dentro Programa Nossa Casa, do Governo do Estado, ajudando a viabilidade de compra das famílias.

 

A quantidade de empregados no setor da construção civil no ES é a maior da série histórica de quase 20 anos. Em que pese mudança de metodologia para esse levantamento em 2020, a fotografia atual é a maior desde então. Como o setor de construção é considerado o motor da economia, isso em conjunto com os baixos índices de desemprego em nível nacional ainda em redução, denota um contexto de economia em franca atividade, inclusive com elevação da renda familiar e, sobremaneira, da massa de rendimentos (renda familiar x pessoas empregadas).

 

O contínuo interesse comportamental da sociedade de busca de lazer e segurança em condomínios, com maior interação social controlada e comodidade.

Foto de Alex Pandini

Alex Pandini

Alex Pandini é jornalista, tem 53 anos e mais de 3 décadas de experiência profissional em rádio, jornal, TV, assessoria de imprensa, publicidade e propaganda e marketing político. Além de repórter e apresentador na TV Vitória, é responsável pelo conteúdo da plataforma ConstróiES.