MINHA CASA, MINHA VIDA: A CLASSE MÉDIA VAI AO PARAÍSO?
Retomada do programa promete aquecer vendas e favorecer também a classe média. Foto: Agência CBIC.
Em maio deste ano, o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI), do IBGE, mostrava que o setor da Construção Civil acumulava uma alta de 6,13% em 12 meses. A inflação aumentou os preços dos imóveis e consequentemente retraiu as vendas, com exceção para o segmento de alto padrão. Na comparação entre o último trimestre do ano passado com o primeiro trimestre de 2023, os lançamentos no país tiveram uma redução significativa, de 44%, segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Foi nesse cenário que, em junho, o Governo Federal anunciou a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida, com uma novidade: a ampliação da faixa de renda. Quem ganha até R$ 8 mil por mês também vai poder financiar imóvel, um atrativo que chamou a atenção do mercado.
Além disso, a taxa de juros para os financiamentos foi reduzida. Outra novidade é que, além da Caixa, outros bancos também vão financiar o programa. O subsídio para aquisição de moradias de baixa renda (faixas 1 e 2) também aumentou, passando de R$ 47 mil para R$ 55 mil, entre outras mudanças. A proposta é construir mais de 2 milhões de unidades até 2026.
O impacto imediato do anúncio foi a valorização das construtoras que operam no segmento de baixo e médio padrão na Bolsa de Valores de São Paulo, a IBOVESPA. O mercado foi tomado por uma expectativa de que o novo modelo poderá impulsionar o mercado imobiliário em 2023, favorecendo também a classe média brasileira.
Agora, passados cerca de 3 meses do anúncio, o mercado segue em compasso de espera pelo detalhamento do programa. A coluna procurou a Caixa Econômica Federal, que informou estar aguardando orientações do Ministério das Cidades. Mas, mesmo sem os pormenores burocráticos em detalhes, o Minha Casa Minha, Minha Vida já movimenta o mercado, num evidente clima de otimismo.
O presidente do SINDUSCON-ES, Douglas Vaz, está otimista quanto à retomada do Minha Casa, Minha Vida. Foto: assessoria.
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Espírito Santo (SINDUSCON), Douglas Vaz, define a volta do programa habitacional como “excelente”. Segundo ele, além de finalizar as obras paralisadas, o retorno do programa, que estava praticamente desativado, já que desde 2015 não havia novas contratações, “cria novos dispositivos para a construção de conjuntos habitacionais em parceria com a iniciativa privada, com foco no interesse social, com previsão de gerar muitos empregos, movimentar a economia e, principalmente, atender ao público que necessita de subsídio para aquisição da moradia própria”.
Vaz acredita que novos projetos comecem a sair do papel neste segundo semestre, após vencidos os trâmites legais que ainda estão em andamento. Nesse sentido, o SINDUSCON-ES promove este mês um encontro com representantes da Caixa, para que os empresários do setor saibam quais são os recursos disponíveis para o Espírito Santo, a fim de se planejarem adequadamente. A coluna vai trazer os detalhes do evento em breve.
PROGRAMA NOSSA CASA
E para quem ainda precisa de mais incentivo, além do aumento do subsídio dado pela União, o Governo do Estado também está entrando na jogada. Por meio do programa Nossa Casa, tocado pela Secretaria de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (SEDURB), está em fase de estruturação um novo formato, com o objetivo de oferecer subsídios e condições especiais de financiamento para reduzir o déficit habitacional.
A ideia é ofertar subsídios de R$ 20 mil para ajudar no financiamento de imóveis pelo Minha Casa, Minha Vida. Segundo o subsecretário de Habitação e Gestão Integrada de Projetos, Carlos Cerqueira Guimarães, “o anúncio oficial será feito ainda neste ano, após finalização da estruturação do programa e o contrato ser aprovado pela Caixa Econômica”.