O pai provedor que encontrou o caminho da mina

Alex Pandini

Freepik.

 

Hoje, o blog abre espaço para uma crônica do nosso colaborador Renato Avelar. Mais do que uma fonte confiável, Renato é um parceiro apaixonado pelo mercado imobiliário, que divide com nossos leitores suas impressões e experiências (e experiência ele tem de sobra, afinal, são mais de 3 décadas de mercado).

 

Segue abaixo o texto, que conta de forma dinâmica e divertida uma história real, que prova o quanto pode ser rentável investir em imóveis no Espírito Santo.

 

Por Renato Avelar:

Muitas vezes ouço dizer que imóvel rende menos que aplicações financeiras, que “um cara ficou rico com ações”, que aluguéis rendem só menos de 1% do valor do imóvel, que imóvel não tem liquidez, entre tantas desinformações sem a menor base de argumentação. O Brasil, segundo recente reportagem da revista Exame, é o terceiro mercado no setor imobiliário que mais valoriza no mundo.

Para ilustrar a argumentação, usarei um fato verdadeiro, com nomes fictícios, para preservar nossos clientes. Mr. Thomas, pai de dois amigos meus, Henry e Paul, é advogado de conhecida banca. Ao se aproximar do casamento do filho mais novo, é levado a presenteá–lo com um apartamento, no valor de R$ 200 mil.

Henry herdara o estilo “negociante frio” do pai. Para quem tem uma ferramenta
como o CRM da rede imobiliária à qual sou filiado, que compõe a carteira de 600 empresas, e que
compartilha informações, imóveis, clientes e negócios, a missão pode ser executada, demandando profundo conhecimento do mercado. Reunidos no nosso QG, afinamos a busca e partimos para campo: fizemos 49 visitas. Todas organizadas cirurgicamente.

 

Renato Avelar. Foto divulgação.

 

Finalmente o casal define a compra, um apartamento com apenas 4 anos de construção. Durante um jantar no
restaurante Lareira Portuguesa, a convite de Mr. Thomas, para celebrar o negócio, falei que ainda havia uma unidade disponível no mesmo prédio. Ele poderia adquiri-la nas mesmas condições, para que, quando o irmão Paul se casasse, pudesse ter um imóvel igual. O patriarca me confidenciou então que não acharia que Paul fosse se casar: “É um rapaz muito solto, um poeta do asfalto”. O valor do imóvel foi fechado em exatos 200.000,00 reais, pagos à vista.

 

Paul era de fato o autêntico “selvagem da motocicleta”. Mas em 2 anos conhece num forró de Itaúnas uma bela médica polonesa, de nome Natasha: paixão fulminante. Mr. Thomas mais uma vez é chamado a comparecer na compra de um imóvel para Paul, tal e qual o fizera no casamento de Henry.

 

Qual é o “budget”?, perguntei. “Avelar, não posso ser injusto com meus filhos. Atualizaremos o valor que investi na compra do apartamento de Henry por um índice do CDB, ou outro índice de aplicação segura, e com o resultado você terá o orçamento para iniciarmos a seleção. Precisamos de um apartamento com as mesmas características!”

 

Pego minha calejada calculadora, lanço os valores, consulto sites especializados em atualização de valores e rapidamente tenho o resultado. “Más notícias, Mr. Thomas. O apartamento do Henry, em local nobre
de Jardim Camburi, custou R$ 200.000,00 há 2 anos, mas agora um apartamento assim irá custar em torno
de 250 a 270 mil, e o valor original, mesmo corrigido pelo CDB, não será suficiente para um imóvel com essas
características.”

 

Ele custou a cair a ficha: “Como assim? E as minhas aplicações no CDB? O mercado financeiro rende mais
que o de imóveis!! Se eu tivesse comprado o tal apartamento que você me ofereceu no prédio do Paul eu teria obtido 0,3% a 0,4% ao mês de rendimentos em locações, enquanto eu cheguei perto de 1% no mercado financeiro, como pode?”

 

Começo lembrando a profecia que eu traçara: “Quando o sr. colocou o dinheiro no banco há 2 anos ele realmente ganhou da rentabilidade em locações, todavia, somada a rentabilidade ao valor do principal, não alcança a valorização do mercado. Caso o sr. tivesse optado por adquirir um imóvel na época, teria lucrado com a valorização por si só, que sozinha supera a aplicação financeira, fora a rentabilidade em locações”.

 

Neste dia o jurista das grandes lides teve que dar o braço a torcer. A contragosto, autorizou a aquisição do imóvel, e gradualmente foi investindo em pequenos imóveis para locação, sendo hoje o maior locador da carteira de management da RE/MAX Häuser, e tendo desta forma se aposentado há um ano e agora se dedica a viajar com a esposa pelo mundo afora.

 

Renato Avelar. Agente imobiliário, Broker Owner RE/MAX Häuser, com 34 anos de experiência

Foto de Alex Pandini

Alex Pandini

Alex Pandini é jornalista, tem 53 anos e mais de 3 décadas de experiência profissional em rádio, jornal, TV, assessoria de imprensa, publicidade e propaganda e marketing político. Além de repórter e apresentador na TV Vitória, é responsável pelo conteúdo da plataforma ConstróiES.