Por que está tão caro morar em Vitória?

Vista aérea de Vitória

Variação de preço, como tudo na economia, é desajuste de demanda e oferta. Se a demanda é menor que a oferta, preço tende a cair. E se a demanda é maior que a oferta, preço tende a subir, explica Eduardo Borges, diretor de Economia e Estatística do Sinduscon-ES.

E o excesso de procura por um imóvel em Vitória foi o que levou o valor médio do metro quadrado ser o mais valorizado entre as capitais: R$ 10.353.

Mas, por que a demanda está alta?

Na avaliação de Borges, o primeiro ponto para o crescimento do número de compradores de imóveis na capital é o fato de Vitória vir se destacando a bastante tempo em indicadores de qualidade de vida, de desenvolvimento urbano.

Outro motivo é a resistência de profissionais que trabalham em Vitória de morarem em cidades vizinhas em consequência do trânsito.

“Isso faz com que os consumidores com condições de fazer um maior investimento em moradia não abram mão disso, a fim de não perderem, todos os dias, tanto tempo em deslocamento entre a casa e o trabalho e, novamente, no retorno para a casa”, reitera.

Burocracia

Para que os preços não subam tanto, a solução é reforçar a oferta, mas aos custos e  burocracia tem atrapalhado esse avanço, diz Borges.

“Não são os incorporadores que não querem lançar novos empreendimentos. Claro que taxas de juros altas atrapalham, mas na verdade, os processos de licenciamento municipais e cartoriais, são altamente burocráticos. Existem diversos empreendimentos para serem lançados, mas os processos andam muito devagar nos órgãos públicos”, garante o diretor do Sinduscon-ES.

Insegurança

Há um terceiro ponto enumerado por alguns agentes econômicos: a insegurança jurídica.

“Além inflação, o medo que o atual poder na esfera federal colocou nos agentes econômicos também está fazendo com que o mercado da construção civil se acanhe”, aponta o consultor econômico Vaner Corrêa Simões Junior, que atua no mercado imobiliário.

Ele reafirma que a construção civil tem um tratamento quase de um quarto setor, porque ela emprega muito, o capital imobiliário é muito forte. “Ela é realmente o motor da economia. Então, é essencial garantir segurança jurídica e as melhores condições para tomada de financiamento, a fim de que muitos empreendimentos possam ser lançados”, finaliza o economista.

Por Leticia Vieira e Luciene Araujo 

Foto de Alex Pandini

Alex Pandini

Alex Pandini é jornalista, tem 53 anos e mais de 3 décadas de experiência profissional em rádio, jornal, TV, assessoria de imprensa, publicidade e propaganda e marketing político. Além de repórter e apresentador na TV Vitória, é responsável pelo conteúdo da plataforma ConstróiES.